Mariângela discute aumento das tarifas da travessia litorânea com presidente da Dersa


21/11/2000 12:55

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O presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), Sérgio Luiz Gonçalves Pereira, recebeu na tarde desta segunda-feira, 20/11, na sede da empresa, em São Paulo, a deputada estadual Mariângela Duarte (PT), que solicitou audiência para discutir o aumento das tarifas (de 10% a 17,2%) das travessias litorâneas de balsas e barcas, praticado a partir da última quinta-feira.

O aumento, considerado abusivo por Mariângela e pela vereadora eleita pelo Guarujá Maria Antonieta de Brito, atinge mais uma vez, segundo as parlamentares, principalmente os moradores de Guarujá e Vicente de Carvalho (distrito deste município) em deslocamento para Santos, cidade que concentra atividades de trabalho e estudantis. "O povo de Guarujá e Vicente de Carvalho sofre com a tarifa mais cara do Brasil, sem contar o isolamento a que está sujeita a comunidade local, com tantos pedágios e tarifas a cada deslocamento limítrofe", alertam Mariângela e Antonieta.

Por um minuto e meio de travessia, a tarifa de um automóvel passou de R$ 3,90 a R$ 4,50, nos dias de semana, e de R$ 5, 90 para R$ 6,70, nos sábados, domingos e feriados. No mês de dezembro, por exemplo, só com travessia, um motorista poderá desembolsar R$ 163,70 apenas pelos dias úteis. Para as motocicletas, o preço passou a R$ 2,20 (dias úteis) e R$ 3,40 (finais de semana e feriados). O pedestre que utiliza barca ou catraia passou a pagar R$ 1,10. Os mesmos valores foram adotados na travessia de Guarujá a Bertioga.

Mariângela entregou pessoalmente a Pereira ofício datado de 16 de novembro (nº 205/2000), dirigido ao presidente da Dersa, com cópia para os secretários estaduais Michel Zeitlin (Transportes) e Cláudio de Senna Frederico (Transportes Metropolitanos), questionando o aumento e argumentando acerca do perfil dos moradores da Baixada Santista, que dependem muito da travessia litorânea, numa região de municípios conurbados.

Mariângela ressaltou ainda o número altíssimo de desempregados na região - um dos mais altos do Estado e do país -, que utilizam a travessia à procura de emprego; de trabalhadores e, principalmente, de estudantes, que, sem universidade pública na Região Metropolitana da Baixada Santista, têm de arcar com as despesas de balsas, barcas, ônibus, em acréscimo às mensalidades da faculdade. Esse ônus é um forte desestímulo e um impedimento à continuidade dos estudos, mesmo do ensino médio, profissionalizante e supletivos, lembrou a deputada.

Mariângela disse que Sérgio Pereira admitiu, após sua exposição, não poder deixar de reconhecer a necessidade de um novo levantamento da situação da Baixada Santista e que até o final da tarde de hoje, 21/11, encaminharia à deputada, por meio de um assessor, todas as planilhas e estudos para essa apuração. Tão logo terminou a reunião, o presidente da Dersa encarregou o diretor de Operações, Ricardo Teixeira, de elaborar essa documentação. Mariângela afirmou que espera do "poder concedente" a urgência necessária para dar "uma satisfação à revoltada população litorânea, que vem sendo punida, anualmente, com aumentos bruscos e praticados na virada dos feriados".

A deputada disse ainda que Sérgio Pereira lembrou que a região da Baixada é bastante cara ao governador Mário Covas, que está liberando mais verbas de

financiamentos à Dersa destinadas à região. Segundo Mariângela, o presidente da empresa aventou a possibilidade de as tarifas ficarem mais baratas caso seja concluído o desmembramento da Dersa, cujo processo licitatório, já em andamento, prevê a divisão em dois setores - de Manutenção e

Reparo e de Operação -, o que poderia resultar numa redução de custos

repassada ao usuário.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Mariângela Duarte - 3886-6548/6553)

alesp