Opinião - Cadê os sindicalistas contra as concessões?


01/02/2010 17:22

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O governo do PT decidiu renovar as concessões do setor elétrico que vencem entre 2015 e 2020 e quer fazer isso, mais uma vez, por meio de medida provisória, uma marca de sua administração. Pior que esse instrumento imperativo é garantir a renovação dos contratos de concessão para beneficiar apenas as empresas do setor e seus acionistas, quando, na verdade, a União tem a grande possibilidade de ter de volta o real controle de um setor estratégico como o energético e sem pagar mais nada por isso.

Tal decisão do governo federal é, no mínimo, incoerente com o "discurso estatizante" que pregava quando estava na oposição. Então pergunto: cadê os sindicalistas de plantão que não se mobilizam para protestar contra essa decisão precipitada do governo federal?

Tenho certeza de que se o governo fosse do PSDB estariam nas ruas fazendo barulho. Como é do PT, os "sindicalistas cutistas" estão em silêncio, assistindo de camarote e, talvez, até aplaudindo mais essa incoerência entre o discurso e a prática do governo Lula.

A minuta da MP prevê que os controladores de inúmeras usinas que terão a concessão vencida a partir de 2015 abram mão da parte da tarifa que cobre os investimentos feitos para gerar energia. Motivo: o investimento já foi pago. Espero que pelo menos isso seja, de fato, cumprido e, assim, poderá haver redução de tarifas para os consumidores, pois no atual modelo quem ganha são as empresas e seus acionistas. Mesmo assim, o governo do PT insiste na renovação dos contratos de concessão do setor elétrico, contrariando o seu discurso estatizante da época da oposição e sua prática agora no poder. Essa incoerência petista prejudica a sua própria história, pois acredito que os discursos e as ações devem ser os mesmos para o bem do país e da democracia.



*Pedro Tobias é deputado pelo PSDB

alesp