Engenheiro formado pela Escola Politécnica, Arnaldo Jardim (PPS) sempre esteve vinculado ao setor da construção civil, mais precisamente, da habitação. Baseado em seu conhecimento prático, exortou os governos a considerarem seriamente o investimento no setor. Jardim tem "convicção muito clara de que é preciso investir na habitação para gerar empregos". Segundo expôs, de 1980 para cá, houve uma redução de 80% da atividade; no ano passado, a construção civil - que representa 21% do PIB - sofreu retração de 8,6%, o que tem um efeito direto no aumento do desemprego. "Ao jogar fora a água suja, acabamos jogando também a criança", afirmou, referindo-se ao efeito colateral da política para o setor. Porém, nesta semana, o governo federal anunciou uma série de medidas visando ao aquecimento da atividade, iniciativa elogiada por Jardim em sua análise. Entre as medidas, a redução do prazo dado aos bancos para atingirem a meta de aplicar 65% dos depósitos em habitação de 80 para 40 meses, a regulamentação da alienação fiduciária e a ampliação de linhas de crédito para reaquisição de imóveis.