Em uma frase atribuída a Alexandre da Macedônia ele teria dito: "a meu pai devo o mérito de viver, a meu mestre devo o mérito de viver como se deve". Ou ainda, segundo uma variação da frase: "de meu pai recebi meu corpo perecível, de meu mestre recebi minha alma imortal". Dupla, assim, é a perda sofrida com o falecimento do dr. Ricardo de Alvarenga Tripoli, ao mesmo tempo pai e mestre, nos solidarizamos assim com a família duplamente enlutada.

A atuação de Ricardo Tripoli à frente do Conselho Estadual do Idoso demonstra bem essa dimensão de mestre, de líder, de pessoa que enxerga para além dos limites do cotidiano. Detectou a necessidade de lutar pelo estabelecimento de condições adequadas a uma população crescente de idosos, como apontam as tendências demográficas. Tal como o idoso da fábula que planta árvores para que seus netos possam colher os frutos, ele semeou nas mentes e corações esta preocupação não para si, mas para que as próximas gerações de idosos pudessem ter uma melhor qualidade de vida, e se tornassem uma das prioridades das políticas públicas.

Também desenvolveu ferrenha luta para que os aposentados tivessem de fato uma atenção preferencial por parte da Justiça, não apenas em função do devido respeito aos idosos, mas também para que seus direitos não fossem prejudicados pela lentidão no andamento dos processos a ponto das sentenças não encontrarem mais seus beneficiários com vida.

Homem preocupado com a sua identidade cultural, sempre foi ativo membro da colônia italiana, não para que ela se destacasse do conjunto da imensa família brasileira, mas justamente para que através da diversidade se buscasse maior integração daquilo que nos é essencial como brasileiros, mas enriquecendo a coletividade com a preservação de uma tradição cultural.

Mas certamente um dos mais duradouros legados que deixa entre nós está naquilo que permeou toda a sua trajetória pessoal e política, o esforço ao mesmo tempo intransigente na defesa do que é correto.