Focos da dengue aumentam 42% em São Paulo


05/12/2002 20:38

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DA REDAÇÃO

De janeiro a outubro deste ano, a cidade de São Paulo registrou um crescimento de 42% da incidência de focos do mosquito transmissor da dengue em relação a todo o ano passado. De acordo com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), nesses dez meses foram identificados 7.954 focos no município, contra os 5.586 detectados em 2001.

A maior parte dos focos ainda é encontrada em entulhos, em bases de vasos de plantas e em recipientes removíveis, como baldes e bacias. Os outros lugares preferidos do Aedes aegypti continuam sendo as caixas d'água destampadas, além de latas, potes, frascos e pneus. Mas, segundo o biólogo Délsio Natal, professor de da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), o Aedes se adaptou a pequenos criadouros e recipientes minúsculos. Uma tampinha de garrafa é suficiente para a reprodução do mosquito.

Natal afirma também que os elementos climáticos, como a chuva e o calor, são grandes disseminadores do mosquito, mas esclarece que o fator humano é fundamental para a proliferação do Aedes. "Se cuidássemos bem dos resíduos sólidos e reciclássemos embalagens descartáveis, a população do mosquito diminuiria", garante o biólogo.

Para os técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, o aumento de focos se deve ao fato de que, nos meses de temperatura mais amena, a população tende a se esquecer dos cuidados com a eliminação de criadouros. Pedro Bonequini Júnior, gerente do Projeto Prioritário Dengue, desenvolvido pela Secretaria, lembra que o Aedes não desaparece durante o inverno. "Os focos surgiram também durante essa estação", afirma ele. "Falta de chuva não é obstáculo para os ovos do inseto, que duram até um ano em ambiente seco".

Em outubro deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde realizou na Assembléia Legislativa um curso de agentes multiplicadores no combate à dengue, com palestras ministradas no Auditório Franco Montoro. Além disso, durante aquele mês, cada uma das 31 subprefeituras da Capital fez encontros regionais para planejar ações locais de controle do Aedes aegypti.

alesp