Chove chuva

Opinião
17/11/2005 16:35

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O verão ainda não chegou, mas as águas das chuvas já começam a castigar a capital de São Paulo e os demais municípios da Região Metropolitana, onde hoje vivem cerca de dezenove milhões de pessoas.

As conseqüências das tempestades, inevitáveis nesta época do ano, seriam infinitamente piores, se o governo do Estado não tivesse, em parceria com várias prefeituras, investido, nos últimos seis anos, na construção de dezenove "piscinões" na Grande São Paulo, todos em funcionamento: cinco na Bacia do Pirajussara e catorze na Bacia do Alto Tamanduateí, a um custo total de mais de R$ 160 milhões.

Pelo acordo, as prefeituras cedem o terreno, e o governo do Estado executa as obras. Após sua conclusão, cabe ao poder local cuidar da manutenção dos equipamentos. Os "piscinões" são o que poderíamos chamar de obras tipicamente metropolitanas. Os benefícios que elas geram ultrapassam as fronteiras dos municípios onde foram construídas. O que, na verdade, reforça a necessidade de que a Assembléia Legislativa venha a aprovar, o mais rapidamente possível, projeto que reordena a Região Metropolitana de São Paulo e cria o Conselho e o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.

Sua aprovação permitirá um enfrentamento mais adequado dos problemas regionais, pois ampliará o volume de recursos disponíveis para tanto.

É imperioso lembrar ainda que o aprofundamento da calha e a intervenção nas margens de 41,2 Km do rio Tietê, projeto igualmente patrocinado pelo governo do Estado, em parceria com Japan Bank for International Cooperation, é fundamental para evitar a ocorrência de enchentes. Antes da realização das obras, o que se assistia a cada temporada de chuvas era o caos absoluto nas marginais e no entorno do rio Tietê " alvo, igualmente, de ambicioso projeto de despoluição. O que, mais uma vez, comprova a seriedade do trabalho realizado pela administração Mário Covas/Geraldo Alckmin (PSDB).

Sob o comando do prefeito José Serra (PSDB), a Prefeitura de São Paulo está realizando uma série de ações importantes para diminuir, ao máximo, os efeitos que as chuvas pesadas sempre trazem, ainda mais para uma metrópole que cresceu sem o devido planejamento e que prima pela excessiva impermeabilização do solo. As medidas vão da intensificação dos trabalhos de limpeza dos "piscinões", córregos, canais, bocas-de-lobo e galerias até acordos com a Polícia Rodoviária, concessionárias de estradas e outros órgãos públicos, para que os motoristas não entrem, inadvertidamente, com seus automóveis em áreas alagadas.

A união de esforços entre as diferentes esferas de governo, aliada a um trabalho planejado e contínuo, sempre vale a pena. Que chova, portanto. Mas não precisa ser sem parar, claro.

* Milton Flávio é professor de Urologia da Unesp, deputado estadual pelo PSDB e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo. Site: www.miltonflavio.org. E-mail: miltonflavio@al.sp.gov.br.

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