DA REDAÇÃOEvento foi realizado em parceria entre o Conselho Estadual da Condição Feminina e Assembléia LegislativaO calendário assinala 25 de novembro como Dia Internacional de Luta da Não Violência contra a Mulher. Para marcar essa data, o Conselho Estadual da Condição Feminina, em parceria com a Assembléia Legislativa paulista, promoveu o seminário "Discriminação: Uma Forma de Violência".Na abertura do evento, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Walter Feldman, salientou que a luta pela não-discriminação da mulher deve ser permanente e envolver a participação masculina. "O homem deve estar mais presente em seminários como este, para que haja uma mudança cultural, universalizando-se o debate de que a discriminação não pode acontecer", ponderou. Ele lembrou que, "na prática, é através da escola que vamos construir o pensamento das crianças e adolescentes de maneira cidadã".Para a presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, Maria Aparecida Laia, a realização desse seminário marca a busca de cidadania plena da mulher. "Precisamos de atenção maior para romper os obstáculos - não só a violência doméstica, mas também outras formas de discriminação, como o tráfico de mulheres, que redunda na exploração de crianças e adolescentes", lembrou.A representante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Cida Medrado, chamou a atenção dos participantes para a situação das mulheres indígenas que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela. "Elas continuam a ser estupradas por militares e posseiros da região e é preciso dar um basta a essa situação", afirmou."Precisamos de um apoio social à mulher para que ela recomece a vida", conclamou a vereadora e deputada estadual eleita Ana Martins. Ela reconheceu que "a violência tem muitas formas, mas se dá principalmente dentro de casa, sendo difícil de ser superada".A representante da Secretaria de Segurança Pública no evento, Analise Botelho, falou das várias iniciativas da secretaria para promover a não- discriminação contra as minorias. Dentre as voltadas para a mulher, ela salientou o Programa Bem-Me-Quer, em parceria com o Hospital Pérola Byington, de apoio às vítimas de violência sexual, e o Projeto de Delegacias Participativas, "que contam com núcleos de apoio jurídico e social para dar atendimento especial à população com problemas relacionados às questões sociais, especialmente a discriminação".Relatório nacionalA coordenadora Nacional do Comitê Latino-Americano e do Caribe para Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Sílvia Pimentel, falou do relatório brasileiro para a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher (Cedaw), entidade que tem sede em New York. Segundo ela, o relatório faz um diagnóstico da situação da mulher no país, relatando os avanços e obstáculos encontrados nos âmbitos político, econômico, social e jurídico. O documento pode ser considerado a Carta Universal dos Direitos da Mulher."Todas as mulheres estão representadas no relatório, devido ao esforço de colocar no documento todo o campo de atuação da mulher, incluindo a mulher indígena, e toda a diversidade social e econômica da mulher negra e seu nível de organização", comentou Sílvia Pimentel."O relatório é um instrumental para que a mulher tenha força na luta que precisa enfrentar para banir a exclusão de que é vítima. É um compromisso ético com sua luta", ponderou, lembrando que, além dos aspectos da legislação, houve também preocupação com as políticas públicas a favor da mulher.