Segundo deputado, "governo economiza com depósito de lama na lagoa


04/06/2003 19:00

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Da assessoria do deputado Emídio de Souza



Cerca de R$ 300 milhões é o montante até agora economizado pelo governo do Estado pela retirada da lama das obras de rebaixamento e alargamento da calha do rio Tietê, depositada na lagoa de Carapicuíba. Esta informação foi dada pelo superintendente do DAEE, Ricardo Daruiz Borsani, responsável pela obra, ao 1º secretário da Assembléia Legislativa, Emidio de Souza (PT), durante reunião realizada nesta terça-feira, 3/5, da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, presidida pelo deputado Donisete Braga (PT).

De acordo com o prefeito de Carapicuíba, Fuad Chucre (PSDB), a compensação que Carapicuíba terá serão obras de infra-estrutura de um futuro parque municipal no local, com área de 1,5 milhão de metros quadrados, incluindo a própria lagoa, equivalente ao Parque Ibirapuera, na Capital.

Emidio de Souza avalia que a economia do governo ocorre porque, em vez de levar a lama para os aterros na cidade de Caieiras e Pedreiras, como seria mais apropriado, é depositada na Lagoa que fica ao lado do Tietê. "Se a lagoa está sendo degradada pelo Estado por motivos de economia, ele tem a obrigação de recuperá-la e dar uma compensação ao município", disse Emidio de Souza.

O engenheiro Lineu José Bassoi, diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade da CETESB, com base em laudo técnico, disse que, apesar de a lama registrar índices de ferro, manganês e alumínio acima do permitido, o material pode ser depositado na lagoa. Segundo Bassoi, a mortandade de peixes foi provocada por falta de oxigênio, decorrente de esgoto não tratado e de um antigo lixão no local. Mesmo assim, a CETESB aplicou multa ao DAEE no valor de R$ 87 mil.

O engenheiro Eduardo Engel, que elaborou parecer a pedido do Ministério Público Federal conseguindo da Justiça Federal liminar barrando o depósito de lodo na lagoa, atribuiu a mortandade de peixes ao "efeito mecânico" da lama do Tietê que, ao ser jogado na lagoa, mexe com os resíduos tóxicos de seu leito, fazendo com que subam à tona.

O superintendente do DAEE, Ricardo Borsari, deu detalhes sobre o financiamento e sobre o projeto da obra de alargamento e rebaixamento da calha do Tietê. Bassoi e Borsari expressaram concordância a respeito do que era dito.

emidio@al.sp.gov.br

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