Com 209 edificações tombadas em 1982 pelo Condephaat, órgão estadual de preservação do patrimônio, Santana de Parnaíba reúne um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do período colonial paulista, com construções que remontam ao século 17.

A cerca de 40 quilômetros da capital, Santana de Parnaíba foi fundada em 1580, às margens do rio Tietê, durante a administração do governador-geral Mem de Sá. Há registros que apontam o português Manuel Fernandes Ramos como o primeiro a se estabelecer no local, em 1561, numa expedição em busca de ouro. A fazenda e a capela que ele ali implantou foram destruídas por enchentes. Em 1580, seus familiares ergueram nova capela, em louvor de Sant"Ana.

O povoado que se formou ao redor do pequeno templo foi elevado à categoria de vila em 1625, com o nome de Santana de Parnaíba. No período colonial, a vila praticava economia de subsistência, mas era importante ponto de partida das bandeiras. Nos séculos 17 e 18 a vila constituía uma importante área de mineração e exportadora de mão-de-obra indígena para outras capitanias.

No século seguinte, a cidade sofre o impacto de ficar à margem da abertura de novas estradas e de não ter substituído a cultura da cana-de-açúcar pela do café. No início do século 20, a Light and Power Company construiu ali sua primeira usina hidrelétrica em território brasileiro, abrindo novo campo de trabalho na região.



Três ruas paralelas



Apesar de Santana de Parnaíba ter sido fundada em 1580, o traçado urbano do núcleo primitivo consolidou-se somente no século 18, formando três ruas paralelas à encosta do morro, por isso mesmo conhecidas como Rua de Cima, Rua do Meio, Rua de Baixo (atuais ruas Bartolomeu Bueno, André Fernandes e Suzana Dias, respectivamente), com extensão aproximadamente de 250m cada. Com 176 km² de área e população de 65 mil habitantes, Santana de Parnaíba tem no turismo uma de suas principais atividades econômicas. A cidade possui, em seu centro histórico, um dos maiores conjuntos arquitetônicos tombados do Estado de São Paulo, um autêntico documento da técnica construtiva utilizada no período colonial. Entre os principais pontos turísticos

de Santana de Parnaíba, além desse casario, estão:



Igreja Matriz



É considerada o marco mais importante do município. De acordo com os registros históricos, em meados de 1560, foi erguida na cidade a primeira capela, de pau-a-pique e sapé, dedicada a Santo Antônio. Em 1580, a segunda capela construída foi dedicada a Sant"Ana. Em 1610 foi erguida a terceira capela, elevada a matriz em 1625 e hoje conhecida como paróquia de Sant"Ana. A matriz passou, ao longo dos anos, por diversas reformas. A edificação atual data de 1882, e seu estilo é eclético. É tombada pelo Condephaat, órgão estadual de defesa do patrimônio.



Casa da Cultura



A Casa da Cultura Monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo ocupa um sobrado construído no século 18. Trata-se de um exemplar típico das construções paulistas, com paredes estruturais de taipa de pilão, telhas do tipo capa-canal, portas altas e pé-direito elevado. É bem tombado desde 1958 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).



Casa do Anhangüera



Residência bandeirista urbana construída na segunda metade do século 17, em taipa de pilão e de mão, na qual se presume que tenha residido o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera. Foi transformada no Museu Histórico e Pedagógico Casa do Anhangüera e também é tombada pelo Iphan.



Barragem Edgard de Souza



Inaugurada em setembro de 1901, foi a primeira usina da Light no Brasil e também a primeira hidrelétrica a abastecer São Paulo. Está localizada na estrada dos Romeiros.

Além disso, Santana de Parnaíba é o ponto de partida do Roteiro dos Bandeirantes, percurso turístico de 180 quilômetros que inclui mais sete cidades, reproduzindo parte do caminho percorrido pelos bandeirantes durante as expedições de desbravamento e exploração no interior do Brasil Colônia. É também o ponto inicial do Caminho do Sol, trajeto de peregrinação que constitui uma espécie de preparação para aqueles que pretendem percorrer os 850 quilômetros do Caminho de Santiago de Compostela (na Europa). O Caminho do Sol tem 240 quilômetros de extensão e vai até Águas de São Pedro (no centro do Estado de São Paulo), que podem ser percorridos em 11 dias de caminhada.



Sites consultados: www.explorevale.com.br,

www.santanadeparnaiba.sp.gov.br e www.guiaparnaiba.com.br