"Para o Brasil se desenvolver e se inserir no jogo internacional é necessário que invista internamente e que fortaleça sua liderança regional junto ao Mercosul", diz Lohbauer O Centro de Estudos Raduan, presidido pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), recebeu nesta segunda-feira, 12/02, o cientista político especializado em assuntos internacionais, Christian Lohbauer, que falou sobre o tema "Brasil e a Globalização". No evento, Lohbauer esclareceu que o termo globalização foi utilizado publicamente pela primeira vez no ano de 1987. Desde então, "o cenário mundial passou por uma desordem organizacional", onde prevaleceram três aspectos determinantes para se entender o processo da globalização. São eles: a interdependência das nações; a nova lógica das cadeias produtivas, onde as transnacionais não permitem que as empresas nacionais participem do jogo comercial, devido a disparidade no valor de seus produtos; a existência de um sistema financeiro, não homogêneo, mas praticamente unificado entre as nações. Para Lohbauer, a exclusão social é um fenômeno inquestionável provocado pela globalização. "O Estado não suporta mais as demandas que se apresentam. Há temas que ultrapassam as fronteiras do Estado Nacional, como poluição, narcotráfico, terrorismo". "Ao contrário do que se pensa por aí, no Fórum Mundial de Davos também foram discutidos problemas sociais, pois boa parte da liderança européia é de centro-esquerda. Já no Fórum Social de Porto Alegre, as discussões mais importantes estabelecidas nas mesas não tiveram relevância na mídia, enquanto fatos isolados tiveram repercussão mundial, manchando assim as discussões", afirmou. Christian Lohbauer se posicionou contra a promoção que lideranças nacionais ofereceram a José Bové. Para ele, o agricultor francês tem opiniões contraditórias quando se manifesta contra o protecionismo impostos pelos países de primeiro mundo e ao mesmo tempo é a favor ao protecionismo que a França impõe ao Brasil. Lohbauer acredita que "para o Brasil crescer e se inserir no jogo internacional é necessário investir internamente e fortalecer sua liderança regional junto ao Mercosul, o que pressupõe uma reforma prioritária interna e não externa". Para Arnaldo Jardim, presidente do Centro Raduan, a globalização é como "uma gripe". "Algumas pessoas já tiveram, outras não, mas todas acabarão por passar por ela. O que realmente importa são as condições que essas pessoas terão para enfrentar o problema". No entanto, Jardim se diz otimista em relação às mudanças no cenário internacional. "Estou sentindo que o meio internacional mudou a pauta das discussões, pois já não há mais o consenso de Washington", complementa Jardim.(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Arnaldo Jardim - 3886-6834/6838)