Estudo aponta aumento de casos de leishmaniose em Ubatuba


27/11/2003 16:23

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Da assessoria do deputado Fausto Figueira

"Há indicações de que pode estar se iniciando uma epidemia de leishmaniose em Ubatuba, com graves conseqüências se levarmos em conta o início do verão, as condições ambientais da região e o perfil sócio-econômico da população mais afetada", alertou o deputado Fausto Figueira (PT).

Ele quer informações do governo estadual sobre o surgimento de um surto da doença e quais as providências que estariam sendo tomadas para contê-lo. De acordo com o Serviço de Vigilância Epidemiológica de Ubatuba, de 1º de janeiro a 24 de novembro deste ano foram notificados 48 casos da doença, em sua versão cutânea. Entre 1998 e 2002, houve dez casos.

Os bairros de Ubatuba com maior número de infectados foram Ubatumirim, com 13 casos; Almada, com 10; e Sumidouro, com 5. Os locais de provável infecção, com os maiores números de notificações, foram Ubatumirim, com 14 casos; Almada, com 11; e Sertão do Ubatumirim e Sumidouro, com 4.

Segundo estudo da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), os principais vetores da leishmaniose tegumentar americana são os mosquitos conhecidos como cangalha, cangalhinha, mosquito-palha, birigüi e tatuíra. Menores que os pernilongos comuns, eles têm coloração clara, comportamento noturno e maior atividade nos meses quentes e úmidos. A transmissão ocorre quando o inseto pica o hospedeiro - mamíferos como roedores, cães, gambás, raposas, tamanduás e bichos-preguiça - e torna-se infectante. Ao picar um novo hospedeiro (homem ou animal), transmitirá o parasito.

A doença - ainda de acordo com aquele estudo - é identificada, em seu início, por pequena lesão no local da picada, que posteriormente evolui para um nódulo que pode atingir 1 centímetro de diâmetro, com aparecimento de uma crosta central. A perda dessa crosta dá origem a uma úlcera de formato arredondado, com bordas elevadas. A lesão inicial pode ser única ou múltipla, dependendo do número de picadas. Pode haver lesões de mucosas, mais freqüentemente a nasal, mas também nos lábios, língua, palato, orofaringe e laringe.

ffigueira@al.sp.gov.br

alesp