Secretário da Agricultura relata atividades desenvolvidas no setor rural

(com foto)
21/03/2002 21:32

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João Carlos de Souza Meirelles também explicou como funcionará o centro que substituirá a Ceagesp e pediu apoio para a aprovação do projeto que altera o patamar para seguro agrícola

DA REDAÇÃO

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Carlos de Souza Meirelles, compareceu à reunião da Comissão de Agricultura e Pecuária, presidida por Geraldo Vinholi (PDT), para expor as atividades, que vêm sendo desenvolvidas por sua Pasta, junto ao setor rural.

Programas para o setor agrícola

Recentemente a Secretaria tem passado a instalar em municípios do interior do Estado pontes metálicas em substituição as de madeira, que estão precárias e dificultam o transporte de produtos agrícolas. "São estruturas simples e muito fáceis de montar, mas que têm agilizado o tráfego da produção rural", afirmou Meirelles.

O Pró-estrada visa a formação de consórcio de seis ou sete municípios, para a disponibilização de quatro máquinas, com custo próximo de R$ 780 mil cada, para recapeamento de estradas.

Meirelles lembrou que é preciso investir ainda mais na pesquisa paulista, que representa o 2º grupamento do Hemisfério Sul, perdendo apenas para a Embrapa.

"Na tentativa de se transformar pesquisa em resultados estamos com 15 pólos de laboratórios pelo interior, uma vez que não podemos concentrar talentos somente em Campinas", destacou o secretário. Cada pólo vai identificar o produto que melhor se adapta em cada região.

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral cobre 100% do Estado com 602 unidades. Cabe à Cati atividades ligadas a 1.500 microbacias hidrográficas, orientação para saúde e segurança do trabalhador rural e acompanhamento de conselhos municipais e regionais de desenvolvimento rural.

Financiamentos e controle de qualidade

Meirelles ressaltou que a Secretaria possui 23 linhas de crédito ao produtor rural, com juros anuais de 4%, sem correção monetária, pelo prazo de 60 meses. "Este ano foram liberados R$ 70 milhões. As pequenas propriedades (familiares), de até 100 hectares, representam 84% do total existente em São Paulo e são as beneficiadas por esses financiamentos com uma média de R$ 5 mil."

Segundo Meirelles, a Secretaria implementou um sistema de vigilância e controle de defesa agropecuária de fronteiras. "Assim conseguimos erradicar a febre aftosa em São Paulo e nos Estados vizinhos, que fazem fronteira com outros países."

O Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo concede o selo São Paulo, a fim de garantir a qualidade dos produtos agropecuários comercializados no Estado.

O secretário quer mudar os rumos do setor cafeeiro que, segundo ele, exporta 90% de sua produção como fazia há um século. "Um quilo de café verde é vendido, para países como a Alemanha, por preço equivalente a meia xícara de café expresso servido na Europa." Para ele, o café deve ser processado antes de ser exportado, com o objetivo de elevar o preço de venda para o Exterior.

Projeto de Lei e novo centro de abastecimento

Meirelles pediu apoio dos parlamentares para a aprovação do Projeto de Lei 1/2002, do Executivo, em tramitação na Casa, que autoriza o Banco Agropecuário a subvencionar 50% do valor do seguro para a agricultura, no que se refere a propriedades familiares. "O pequeno proprietário emprega seu próprio dinheiro na cultivo e perde a safra por problemas climáticos. Atualmente o Estado o ressarce em 15%. Queremos elevar o índice para até 50%." Para ele, a política econômica do setor rural é historicamente incompetente. "O seguro é caro porque ninguém faz e ninguém faz porque é caro."

São Paulo contará com um novo centro de abastecimento, numa parceira entre governo e setor privado. Em substituição ao Ceasa e ao Ceagesp, a cidade terá a Central Integrada de Abastecimento de São Paulo, com aproximadamente 1.500.000 metros quadrados. "Sua lógica de funcionamento será compatível aos nossos dias a começar pela instalação no rodoanel da cidade, com a finalidade de desafogar o trânsito na Capital." A Zona Cerealista e o Ceagesp recebem juntos cerca de 22 mil veículos de carga.

De acordo com Meirelles, os terrenos do Ceasa e do Ceagesp pertencem ao governo federal e serão vendidos em breve.

Os municípios do Interior contarão com galpões de agronegócios. Trata-se de quadrados de incubação para transformar produtos rurais em acabados. Os terrenos serão cedidos pelas prefeituras e a estrutura pelo Estado. Com o intuito de facilitar a exportação para os pequenos produtores, a Secretaria prestará atendimento através do Centro Logístico, localizado em sua sede.

Programas sociais

A Secretaria da Agricultura desenvolve alguns programas sociais. O Bom Prato possui oito restaurantes instalados, que servem 208 mil refeições por mês, ao preço de R$ 1,00, com qualidade supervisionada pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos e pela Codeagro.

O Vivaleite fornece 118 milhões de litros ao ano para 700 mil famílias e 30 mil idosos. O Alimenta São Paulo distribui 960 mil cestas básicas anuais na Capital.

Meirelles finalizou a exposição, lembrando que o Brasil não quis, nos últimos 50 anos, apenas se industrializar, mas descobriu que continua sendo uma potência rural.

A Secretaria possui uma central de atendimento ao público, pelo fone 0800-554566.

alesp