CPI das Indenizações Ambientais ouve especialistas do Inpe


30/08/2000 16:00

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A CPI das Indenizações Ambientais ouviu nesta quarta-feira, 30/8, especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que explicaram a tecnologia existente hoje no Brasil para mapeamento e avaliação de áreas, através de imagens de satélites.

"O Ministério Público requisitou ao Inpe um estudo sobre a área de Guaraqueçaba e Jacupiranga, que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), baseando-se em laudo de perito, avaliou em R$ 360 milhões. De acordo com os nossos estudos, não caberia indenização para a parte da área localizada no Estado de São Paulo, já que não é possível explorá-la, mas se fosse vendida, quando muito valeria R$ 12 milhões", contou o engenheiro agrônomo Bernardo Rudorff.

Segundo o arquiteto urbanista Romeu Simi Júnior, coordenador da equipe multidisciplinar que trabalhou no estudo citado, "com os recursos de geoprocessamento disponíveis, o trabalho de peritagem torna-se muito mais exato. O trabalho de campo não é dispensável com a tecnologia, mas a amostragem torna-se exata". Segundo Simi, esta tecnologia é a mais econômica disponível atualmente, tornando-a viável em casos como os exemplificados.

"Com os esclarecimentos de hoje, providências como a suspensão dos pagamentos dos precatórios e a revisão dos processos tornam-se alternativas que serão analisadas com mais firmeza pela comissão. Os contatos com o Tribunal de Justiça, para verificarmos se há conivência do Judiciário com as questões levantadas aqui também serão seriamente discutidos", afirmou o deputado Milton Flávio (PSDB), presidente da CPI.

O perito judicial José Lasmar Filho, que havia sido convidado para prestar esclarecimentos à comissão nesta reunião, alegou que foi comunicado tardiamente e que tinha outros compromissos previamente agendados. "Lasmar será novamente convidado para comparecer aqui na próxima quarta-feira, 6/9, e, se não vier, será convocado, já que seu depoimento é um dos mais importantes, se não o fundamental, para os trabalhos da CPI", disse Milton Flávio.

alesp