Da Redação

Um arquivo pode aparentar ser um labirinto de documentos que impõe difíceis desafios a quem deseja obter informações. Desde que foi institucionalizada, em 1996, a Divisão do Acervo Histórico da Assembléia Legislativa vem desenvolvendo esforço hercúleo para organizar o acervo documental do Legislativo paulista. Para colocá-lo à disposição do público e facilitar o acesso aos pesquisadores, a Assembléia buscou o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) na empreitada de recuperação e digitalização de toda a documentação que se encontra sob a tutela da Divisão do Acervo Histórico.

São mais de 500 mil documentos, fotografias e registros históricos, fontes da mais alta importância da história política do Estado desde 1835, ano da fundação da Assembléia Provincial de São Paulo, até o período contemporâneo. Há guardados ainda documentos que remontam a 1819: discursos, pronunciamentos e leis que retratam os primórdios do período imperial.

O objetivo do projeto é, futuramente, propiciar por meio da internet o acesso do público a textos históricos digitalizados. A recuperação do acervo e a digitalização vêm sendo realizadas já há três anos, com recursos oriundos da Fapesp, cerca de R$ 380 mil. A primeira fase do projeto já concluiu a catalogação e digitalização de 91 mil fotos e negativos, do período de 1950 a 1992.

Resumos de pronunciamentos de 1948 a 1994 somam 138 mil documentos e outros 150 mil, de 1891 a 1930, também já foram recuperados. A segunda parte do processo de recuperação deve terminar nos próximos meses. Serão digitalizados 330 mil documentos, datados de 1819 a 1947. A parte do período imperial do acervo inclui projetos de lei para a concessão de estradas de ferro do século passado e leis municipais do século XIX.

O trabalho de digitalização está sendo realizado por uma empresa especializada em armazenar eletronicamente plantas de engenharia, a Digimapas, que criou um software para facilitar o processo de consulta e abrigar todo o banco de dados da biblioteca da Assembléia Legislativa.

A Assembléia Legislativa abriga atualmente 25 mil livros. Obras como as primeiras edições dos clássicos da economia e política, os trabalhos sobre a história das Bandeiras de Afonso Taunay e a coleção completa da obra de Rui Barbosa compõem o acervo da biblioteca. Nela podem ser encontrados também 300 volumes de livros raros, entre os quais os Comentários das Ordenações Régias de Portugal, de 1681, e a Defesa das Constituições Americanas, de 1792.

O Acervo Histórico da Assembléia Legislativa é aberto ao público. As visitações e pesquisas podem ser feitas das 14 horas as 19 horas, no 5° andar do Palácio 9 de Julho.