Em depoimento, na Assembléia Legislativa, na manhã desta quarta-feira, 23/8, à CPI do Narcotráfico, o empresário Oswaldo Ferreira Vicente denunciou esquema de propina envolvendo fiscais da alfândega, despachantes, agentes da Receita Federal, advogados e proprietários de empresas de armazenagem no porto de Santos.

Segundo relatos do empresário, que atua na área de importação e exportação, em todas as fases que envolvem liberação de cargas é necessário pagamento de propina, que chega, muitas vezes, a se igualar ao preço da mercadoria. Ferreira Vicente denunciou que o valor da alíquota tributária a ser pago em cada operação do comércio de prensas caía de 45% para 5% e que essa diferença era distribuída por diversos setores. O empresário afirmou que possui provas de todas as denúncias. Elas seriam fitas gravadas, depósitos bancários e documentos escritos. Disse ter sido ameaçado de morte por várias vezes, mas que "continuará falando". O depoente pediu ao presidente da CPI, deputado Dimas Ramalho (PPS), que parte dos relatos fosse feita em sessão reservada só para os deputados, por conter informações que, se reveladas precipitadamente, poderiam comprometer as investigações.