O deputado Vanderlei Siraque (PT) está colhendo assinaturas a fim de solicitar a abertura da CPI das estatísticas criminais. São necessárias 32 assinaturas para protocolar o pedido. Até o momento o parlamentar conseguiu 23.

Denúncias de irregularidades no preenchimento de boletins de ocorrência da Polícia Civil veiculadas pela imprensa reforçam as suspeitas de que diversos crimes não são computados no Estado. Um exemplo são os assaltos a bancos. Pelas estatísticas oficiais divulgadas entre 2004 e 2006, no governo Alckmin foram computados 487 roubos no Estado. Com a revisão determinada pelo novo secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, esse número saltou para 1.053 roubos, ou seja, foi 116% maior que o anterior.

Em 2005, a imprensa também denunciou que crimes como homicídio, por exemplo, eram classificados como morte a esclarecer ou encontro de cadáver. Dessa forma, segundo Siraque, "o que seria bom para o governo por apresentar uma falsa diminuição na criminalidade, é um prejuízo imensurável, uma vez que, além de dificultar o trabalho das polícias, a alteração dos dados impede a população de cobrar mais eficiência do governo do Estado", observa. Já em 2001, essa mesma prática, que ficou conhecida como maquiagem dos BOs, também foi pauta de discussões na Assembléia Legislativa. Naquela ocasião, a denúncia partiu do presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, Paulo Siquetto.

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