Audiência Pública discutiu racionalização de energia no EstadoQuando os paulistas se preparavam para economizar, a Assembléia Legislativa debateu o assunto com autoridades e especialistas no assunto"Não temos saída: o consumo tem de ser reduzido e só nos resta discutir como fazer o corte", declarou o secretário de Estado da Energia, Mauro Arce, em audiência pública realizada pela Assembléia Legislativa no dia 3 de maio, para discutir a racionalização do uso de energia. Na ocasião, o secretário fez um breve diagnóstico da situação do setor energético nas regiões Sudeste e Nordeste para 2001. Para o secretário, a crise foi causada pela falta de investimentos em transmissão e de atenção ao potencial hidrelétrico do Brasil.Durante a mesma audiência, o representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Luís Gonzaga Berteli, também lamentou a falta de investimentos no setor. "O Estado deixou de aplicar U$ 36 bilhões indispensáveis na área de energia", disse ele. Berteli defendeu, ainda, a prioridade à utilização de biomassa na produção de energia e reivindicou mais incentivo à implantação de centrais médias térmicas movidas a gás natural. Florenal Zarpelon, da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), lembrou que as usinas de açúcar e de álcool são geradoras de energia há muito tempo e que 78% da energia consumida nas usinas é produzida dentro da própria fábrica. "Temos tecnologia, mas falta dinheiro para expandir a geração da energia alternativa da biomassa", desabafou."Não achamos justo que o peso maior do racionamento caia sobre a classe de consumidores residenciais", declarou a representante do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Flávia Lefevre. Segundo ela, o governo, ao planejar a racionalização, não poderia esquecer que o consumo residencial cresceu apenas 2,5% nos últimos anos.Assembléia discute com a sociedade sua participação em conferência contra racismoRepresentante do Legislativo paulista integrou a delegação brasileira na África do SulRepresentada pelo deputado Nivaldo Santana (PCdoB), a Assembléia Legislativa esteve presente na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, à Discriminação Racial, à Xenofobia e a Intolerâncias Correlatas, que se realizou em setembro, na África do Sul. Em preparação para o evento, o Legislativo paulista realizou no final de maio uma audiência pública sobre o tema. Durante a audiência, o professor Dennis Oliveira, coordenador da União Estadual dos Negros pela Igualdade (Unegro), descreveu, em linhas gerais, como se daria a participação brasileira na III Conferência. "O Brasil possui a maior população negra fora da África e foi construído sobre o trabalho escravo, por isso tem muito a dizer sobre a discriminação racial", disse Oliveira.Ao voltar da conferência, o representante da Assembléia promoveu uma nova audiência pública, desta vez para discutir ações concretas de combate ao racismo. Na ocasião, o representante da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Alexandre Porto, afirmou que, do ponto de vista brasileiro, a Conferência foi positiva: "Nosso objetivo principal é que os temas discutidos na Conferência sejam debatidos de maneira ampla e que as ações sejam implementadas."Alexandre Melo, da Fundação Palmares, ressaltou o empenho da delegação brasileira em Durban e os resultados dessa participação. "Uma comissão de parlamentares da Câmara Federal está estudando o Estatuto da Igualdade Racial e realizando audiências públicas nos Estados, para que as assembléias legislativas constituam processos semelhantes", declarou ele.De acordo com o presidente do Conselho da Consciência Negra, José Carlos Arruda, a conferência foi vitoriosa, pois mesmo aqueles que não tiveram reivindicações atendidas tiveram a oportunidade de expor a questão. "Além disso, a Conferência consagrou algo que falávamos há 20 anos, ou seja, que a saída para a questão racial é de natureza política", disse Arruda.Debate sobre abertura do capital da Nossa Caixa lota galerias Audiência pública contou com a presença de representantes do governo e dos bancáriosNo dia 6 de junho, a Assembléia Legislativa realizou audiência pública para discutir o projeto de lei 280/01, do Executivo, que colocava à disposição do mercado aberto parte das ações da Nossa Caixa S.A. O debate ocorreu no plenário Juscelino Kubitschek, com a presença de centenas de funcionários ocupando as galerias.O secretário da Fazenda, Fernando Dall''Acqua, declarou que a abertura do capital prepararia o banco para o futuro e afirmou que não havia como discutir o papel dos bancos públicos sem abordar a problemática dessas instituições, transformadas em instrumentos de fomento. "Sem os recursos do Estado, esses bancos passaram a ter dificuldades em desenvolver seus trabalhos", destacou Dall''Acqua. "A reestruturação fiscal dos governos limitava o financiamento de bancos públicos, que se tornaram dependentes da captação no mercado".De acordo com o presidente da Nossa Caixa, Geraldo Gardenale, o Banco Central era contrário a bancos estaduais e isso dificultava a sobrevivência dessas instituições. "Hoje, a Nossa Caixa está com as finanças sanadas, tem segurança no mercado e estamos admitindo mais funcionários", afirmou Gardenale. "Com a aprovação do projeto, o banco vai crescer." Segundo Davi Zaia, presidente da Federação dos Bancários de São Paulo, a preocupação da categoria era com as garantias de que a Nossa Caixa continuaria sendo um banco público. Ele concordou com a necessidade de se capitalizar o banco, mas afirmou que os lucros obtidos pela Nossa Caixa estavam sendo repassados à Secretaria da Fazenda na forma de dividendos: "Talvez houvesse um retorno maior a longo prazo, podendo inclusive financiar investimentos, se esses dividendos ficassem com o banco." Secretário de Transportes participa de debate sobre cobrança de pedágios nas marginais da Castello Branco Audiência pública reuniu, além de parlamentares, representantes da ViaOeste e de moradores da região Oeste da CapitalEm audiência pública realizada pela Assembléia Legislativa no dia 13 de junho, o secretário estadual dos Transportes, Michael Paul Zeitlin, declarou que a ViaOeste, empresa exploradora da concessão da rodovia Castelo Branco, tinha sido notificada de que deveria alargar a ponte sobre o rio Tietê e aumentar a capacidade do trevo de Barueri. Segundo Zeitlin, a medida foi conseqüência da constatação, por parte da secretaria, de que alguns congestionamentos na região já ultrapassavam 50 horas de duração.A audiência foi convocada pela Comissão de Transportes e Comunicações, presidida pelo deputado Rodrigo Garcia (PFL), com o objetivo de discutir a cobrança de pedágios e o fechamento dos acessos nas marginais da Castelo Branco. Além de Zeitlin, estiveram presentes o presidente da ViaOeste, Enio Cardoso Viana; o presidente da Câmara Oeste, vereador Marcos Neves, e representantes de diversas entidades da região Oeste da Grande São Paulo. Desde a implantação dos pedágios, uma comissão formada por organizações sindicais, associações comerciais, empresas e moradores mobilizaram a população através de manifestações contrárias à cobrança e do incentivo a um boicote sistemático ao tráfego nos trechos onde ela é efetuada. Entre outras coisas, a comissão exigia a redução da tarifa (R$ 3,50) e a possibilidade de acesso livre a todas as cidades da região. Já no início da audiência, o secretário afirmou ser "normal, em todo o mundo, a taxação sobre o uso de obras curtas e caras não ser calculada de acordo com a quilometragem". Segundo ele, existiam opções totalmente gratuitas de acesso às cidades. As afirmações de Zeitlin foram contestadas pelo presidente da Câmara Oeste e pelo advogado Luís Otávio Rosa, que falou em nome das entidades presentes. Para Luís Otávio Rosa, a concessão da rodovia apresentou irregularidades desde a licitação, cujo edital não previa o fechamento dos acessos. O advogado citou trechos do relatório final da CPI dos Pedágios, realizada pela Assembléia Legislativa, onde os deputados membros da comissão defendiam a gratuidade nas pistas centrais da rodovia e a manutenção dos acessos livres.Comissão de Diretos Humanos homenageia sindicalistas assassinadosA Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Renato Simões (PT), realizou no dia 13 de junho uma audiência pública para tratar do assassinato dos sindicalistas José Luís e Rosa Sunderman. Ambos foram mortos há sete anos, com tiros na cabeça, no município de São Carlos. Quando ocorreu o crime, José Luís era vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Carlos, ativista da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). O sindicalista também participou, em 1983, da fundação do Partido dos Trabalhadores e da CUT. Rosa, sua mulher, ajudou na coordenação política do PT e, posteriormente, do PSTU. O delegado da seccional de São Carlos, Maurício Dotta, responsável pelas investigações do caso, informou que apesar de a única testemunha do crime ter morrido, o inquérito do caso continuava aberto. "Investigamos à exaustão todas as evidências e pessoas que se relacionavam com os sindicalistas e com suas famílias, mas não conseguimos encontrar os responsáveis por esse crime."Comissão do Meio Ambiente investiga contaminação em PaulíniaA Comissão de Defesa do Meio Ambiente realizou audiência pública no dia 30 de agosto para debater o problema da contaminação das áreas próximas à empresa Nutriplant, no município de Paulínia. O presidente da comissão, deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), chegou visitar o local e apurou depoimentos sobre a existência de árvores mortas e de culturas impróprias para o consumo, além da contaminação de água, ar, animais e moradores.Emerson Santos, presidente da Câmara Municipal de Paulínia, disse que os habitantes da cidade estão cansados de tantos problemas ambientais envolvendo o município. "Não queremos que empresas deixem as cidades, mas também não podemos abrir mão da qualidade de vida", disse ele. "Apelo à Nutriplant para que realize o armazenamento correto de sua matéria prima química e promova os exames laboratoriais necessários para a população vizinha."Segundo afirmou na ocasião o advogado dos moradores, Waldir Freitas, a contaminação já ocorre há cerca de 10 anos. "Finalmente a população se conscientizou e se mobilizou, apesar das ameaças feitas pela empresa contra os moradores, os médicos, os advogados e as autoridades municipais envolvidas no caso", afirmou Freitas.O advogado explicou que laudos constataram a presença, no solo, de zinco, cobre e manganês, entre outros elementos químicos. Em resposta, o representante da Nutriplant, Milton de Souza, argumentou que é preciso um levantamento mais apurado para que se comprove algo contra a empresa. Milton de Souza contestou todos os laudos e acusações: "Falta nexo de causa, ninguém prova que os resíduos eram provenientes de nossas empresas e, além disso, os sitiantes diminuíram a produção porque estão perdendo a vocação agrícola."As explanações terminaram com a fala de Everson Mischatti, da Associação dos Moradores, que protestou contra a decisão da empresa de não confiar nos laudos e de insistir em afirmar que os sitiantes não sabem plantar.Secretaria do Planejamento faz audiência para discutir Orçamento 2002Por iniciativa da Secretaria de Economia e Planejamento realizou-se na Assembléia Legislativa, no dia 22 de agosto, audiência pública com o objetivo de colher subsídios para a elaboração da proposta orçamentária do governo estadual para o exercício de 2002. Na abertura, o presidente da Assembléia, Walter Feldman, enfatizou o caráter democrático e inovador da iniciativa, com a discussão prévia e pública das destinações dos recursos a serem arrecadados pelo Executivo estadual, antes de serem alocados.O secretário André Franco Montoro Filho iniciou sua exposição destacando que a discussão pública sobre o Orçamento é uma exigência da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e do artigo 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal.Segundo Montoro, a legislação atual reflete a necessidade imposta pela estabilidade econômica de que o Orçamento se torne mais realista e obedeça a um controle rigoroso do endividamento. "No ano passado, pela primeira vez, o Legislativo estadual aprovou um Plano Plurianual definindo os programas de investimentos do governo para um período de quatro anos", ressaltou o secretário, que também sublinhou o papel da Lei de Responsabilidade Fiscal na elaboração do Orçamento: "A idéia-chave é ao mesmo tempo simples e revolucionária, ou seja, não é permitido gastar mais do que se arrecada".Montoro afirmou ainda que o esforço do governo na preparação da peça orçamentária se baseia na busca e na manutenção do equilíbrio fiscal. "Qualquer governo, para ser socialmente responsável, precisa ser fiscalmente responsável", declarou.Detalhamento técnicoO coordenador de Assessoria Técnica da Secretaria, Maurício Hoffman, detalhou o processo de elaboração do Orçamento que, para 2002, é de R$ 43 bilhões, e distribuiu uma lista com 20 possíveis áreas de investimento. Destas, os participantes da audiência deveriam indicar as três que considerassem prioritárias.Segundo Hoffman, a estratégia para organizar as ações do Estado é regional, de forma a mantê-lo "afinado com as realidades regionais". Para tanto, ainda de acordo com ele, respeitam-se as diferenças entre as 14 regiões administrativas e as regiões metropolitanas de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista. O Indicador de Movimentação Econômica e o Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH) foram utilizados pelo coordenador para mostrar o crescimento da região metropolitana de São Paulo. "Apesar dos problemas enfrentados pela Região Metropolitana de São Paulo, ela já alcança o nível alto do IDH. O indicador se estabilizou no 4.º trimestre de 2000 e voltou a crescer no primeiro trimestre de 2001. O reitor da Unicamp, Hermano Tavares, falou em nome das universidades paulistas e afirmou que investir em ensino superior é investir no futuro. "Temos que preparar mel