Cerca de 80 ex-funcionários da Febem estiveram na Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira, 22/6, para pedir a intermediação do Parlamento junto ao governo estadual, a fim de que seja cumprida decisão judicial que determinou a reintegração dos 1.751 funcionários da instituição demitidos em fevereiro.Os funcionários foram recebidos por uma comitiva de deputados, entre eles o deputado Antonio Mentor (PT), autor do pedido de CPI da Febem. Os parlamentares receberam cópias de documentos que esclarecem a situação judicial, os quais permitirão avaliar formas de estabelecer um canal de negociação com o governo do estado.À tarde, os funcionários decidiram acampar nos corredores do prédio da Assembléia, mas após ouvirem argumentos dos deputados, concordaram em sair e aguardar os resultados dos esforços de negociação.HistóricoAntonio Gilberto da Silva, diretor de Negociação Coletiva do Sindicato de Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família no Estado de São Paulo (Sintraenfa), detalhou a situação dos funcionários desde a demissão, no último dia 17/2.Segundo Silva, o governo demitiu 1.751 trabalhadores concursados, sob a alegação de extinção do cargo. Em seguida, contratou 2.125 funcionários para exercer a mesma função com nomenclatura de cargo diferenciada. Os demitidos eram agentes de apoio técnico e os nomeados agentes de educação e agentes de segurança. "O governo informou na época que a mudança serviu para diferenciar as atividades de segurança das pedagógicas."O diretor considera que a contratação foi irregular, uma vez que cargos não são de confiança e podem ser preenchidos mediante concurso público.Os funcionários da Febem entraram em greve e o Tribunal Regional do Trabalho, juntamente com o Ministério Público, constataram que os recém nomeados estavam, na prática, exercendo a mesma função dos demitidos.Após a decisão do governo de revogar a extinção dos cargos, o TRT deu ganho de causa à categoria e julgou a greve legal, determinando o pagamento dos dias parados e a reintegração dos trabalhadores com mais de 3 anos de exercício, ou que fossem colocados à disposição remunerada. Aqueles com tempo inferior a 3 anos deveriam ser reintegrados ou indenizados pelo período de 60 dias.O governo entrou com pedido de efeito suspensivo da decisão no Tribunal Superior do Trabalho, mas não obteve sucesso. Após uma seqüência de decisões e recursos nos tribunais, o TST acabou reforçando a decisão inicial do TRT. "Ainda assim, não houve o cumprimento por parte do governo estadual e o resultado é que esses trabalhadores estão sem salário há 4 meses", informou Silva.