1º Secretário elogia decisão do MP no caso do promotor que matou jovem


28/04/2005 17:15

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"O faroeste foi derrotado", disse o 1º secretário da Assembléia Legislativa, deputado estadual Fausto Figueira (PT), logo depois que o Conselho Superior do Ministério Público Estadual (MPE) decidiu exonerar, por 6 votos a 3, o promotor Thales Ferri Schoedl, em sessão realizada quarta-feira, 27/4, na sede do órgão, na Capital. Figueira " que foi colega de trabalho do pai de uma das vítimas, o médico Wilson Pereira de Souza, e acompanha o caso desde o começo " permaneceu na sede do MPE durante toda a sessão, que durou seis horas.

No dia 30 de dezembro de 2004, o promotor matou a tiros o estudante Diego Mendes Modanez, 20 anos, e feriu gravemente seu colega Felipe Siqueira Cunha de Souza, 21 anos, ambos jogadores de basquete. O crime, que teve repercussão nacional, por sua brutalidade e banalidade, ocorreu de madrugada, na saída de um "luau" na praia de Riviera de São Lourenço, em Bertioga. As duas vítimas, segundo o promotor acusado de homicídio, teriam dirigido gracejos à sua namorada, Mariana Ozores Bortoletti, e, por esse motivo fútil, foram baleadas.

Conforme Fausto Figueira, "a decisão não foi corporativa, reforçou o papel do Ministério Público e dá confiança aos cidadãos de que a justiça no Brasil é possível de ser realizada". Acrescentou que sempre teve esperança de que prevaleceria o bom senso entre os membros do Conselho Superior do Ministério Público Estadual e enalteceu o trabalho do procurador-geral, Rodrigo César Rebello Pinho. "Sua postura na condução do caso foi exemplar", afirmou o deputado.

"O promotor Thales Ferri Schoedl não tem condições de permanecer na carreira. Sua conduta foi incompatível com o exercício da profissão", foi o anúncio do procurador-geral, aplaudido pelos familiares das vítimas. Ele lembrou que o promotor poderá recorrer ao Colégio de Procuradores de Justiça, formado por 42 procuradores. Se for mantida a expulsão, ele será julgado por júri popular, em Bertioga. Caso contrário, será julgado em fórum especial do Tribunal de Justiça.

"É uma etapa superada que nos dá força para continuar nossa luta e esperança de que haverá justiça", disse emocionado o médico Wilson Pereira de Souza. "Foi dado o primeiro passo. Espero que essa decisão tenha seqüência", afirmou chorando Fábio Antônio Modanez, pai do jovem Diego, abraçado a sua esposa, Sônia Mendez Modanez.



ffigueira@al.sp.gov.br

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