"O faroeste foi derrotado", disse o 1º secretário da Assembléia Legislativa, deputado estadual Fausto Figueira (PT), logo depois que o Conselho Superior do Ministério Público Estadual (MPE) decidiu exonerar, por 6 votos a 3, o promotor Thales Ferri Schoedl, em sessão realizada quarta-feira, 27/4, na sede do órgão, na Capital. Figueira " que foi colega de trabalho do pai de uma das vítimas, o médico Wilson Pereira de Souza, e acompanha o caso desde o começo " permaneceu na sede do MPE durante toda a sessão, que durou seis horas. No dia 30 de dezembro de 2004, o promotor matou a tiros o estudante Diego Mendes Modanez, 20 anos, e feriu gravemente seu colega Felipe Siqueira Cunha de Souza, 21 anos, ambos jogadores de basquete. O crime, que teve repercussão nacional, por sua brutalidade e banalidade, ocorreu de madrugada, na saída de um "luau" na praia de Riviera de São Lourenço, em Bertioga. As duas vítimas, segundo o promotor acusado de homicídio, teriam dirigido gracejos à sua namorada, Mariana Ozores Bortoletti, e, por esse motivo fútil, foram baleadas. Conforme Fausto Figueira, "a decisão não foi corporativa, reforçou o papel do Ministério Público e dá confiança aos cidadãos de que a justiça no Brasil é possível de ser realizada". Acrescentou que sempre teve esperança de que prevaleceria o bom senso entre os membros do Conselho Superior do Ministério Público Estadual e enalteceu o trabalho do procurador-geral, Rodrigo César Rebello Pinho. "Sua postura na condução do caso foi exemplar", afirmou o deputado."O promotor Thales Ferri Schoedl não tem condições de permanecer na carreira. Sua conduta foi incompatível com o exercício da profissão", foi o anúncio do procurador-geral, aplaudido pelos familiares das vítimas. Ele lembrou que o promotor poderá recorrer ao Colégio de Procuradores de Justiça, formado por 42 procuradores. Se for mantida a expulsão, ele será julgado por júri popular, em Bertioga. Caso contrário, será julgado em fórum especial do Tribunal de Justiça."É uma etapa superada que nos dá força para continuar nossa luta e esperança de que haverá justiça", disse emocionado o médico Wilson Pereira de Souza. "Foi dado o primeiro passo. Espero que essa decisão tenha seqüência", afirmou chorando Fábio Antônio Modanez, pai do jovem Diego, abraçado a sua esposa, Sônia Mendez Modanez.ffigueira@al.sp.gov.br