DA ASSESSORIAA deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) decidiu acionar o Ministério Público do Trabalho, reivindicando abertura de processo investigatório sobre as causas do acidente que matou o trabalhador Hélio Barbosa de Carvalho, de 40 anos. Operador de ponte-rolante na Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), Carvalho era funcionário da empreiteira Sankyu e morreu após ter sido prensado, na noite do último domingo, 17/3, pelo equipamento instalado no setor de Aciaria II da metalúrgica. "Mais uma vida se perdeu, deixando outra família esfacelada, e há, inclusive, denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos de que o trabalhador estaria de folga na escala, mas foi convocado extraordinariamente por falta de efetivo", afirma a deputada. "Isso é muito grave, porque os momentos de folga são fundamentais para que as pessoas possam restabelecer o equilíbrio físico e mental."Na representação encaminhada ao Ministério Público, Maria Lúcia ressalta também que nos dias 12 e 13 de março ocorreram dois acidentes no mesmo setor onde o trabalhador morreu. Conforme informações do Sindicato dos Metalúrgicos, no primeiro deles, uma lona do freio de uma ponte-rolante estourou, fazendo com que um distribuidor com 18 toneladas de escória despencasse. No outro, uma lança de oxigênio também caiu. "Felizmente, não houve vítimas, mas isso pode ser um indício de que há algo errado naquele setor", pondera Prandi.Estatística fornecida pelo Sindicato dos Metalúrgicos aponta que esta foi a 31ª morte na Cosipa, desde a privatização da empresa há nove anos. Entre as causas dessas mortes, estão a redução do número de trabalhadores, o aumento da jornada de trabalho e a pressão permanente em busca de novos recordes de produtividade. "Sem dúvida, é preciso buscar qualidade e eficiência que garantam às empresas brasileiras mais possibilidade de concorrer no mercado internacional", diz Maria Lúcia Prandi. "Mas essa busca não pode, sob qualquer hipótese, ficar acima da defesa da vida."