Prandi afirma que corte de verbas para combate à dengue é "postura suicida" do governo federal


07/02/2001 15:09

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) protocolou moção na Assembléia Legislativa repudiando a atitude do governo federal de reduzir as verbas para combate à dengue no município de Santos. Inconformada com a ameaça de uma epidemia na Região Metropolitana da Baixada Santista, a parlamentar apelou para que os critérios de liberação de verbas sejam revistos e cobrou uma postura mais firme do prefeito Beto Mansur na defesa dos interesses do município.

"O município perdeu dinheiro e calou-se, optando por acomodar a situação com o anúncio de possíveis cortes no número de agentes que atuam no plano de erradicação do mosquito da dengue. De erro em erro, corremos o risco de a Região ser atingida por uma epidemia", critica Prandi, lembrando que a ameaça de a dengue atingir caráter epidêmico, na região, foi admitida pelo diretor regional de Saúde, Ricardo di Renzo.

Para a parlamentar, é uma "postura suicida" do governo federal a redução das verbas para combate à moléstia. De posse de números, afirma que Santos sofreu um corte brutal de recursos. "Foram R$ 1.082.872,89 em 1998; no ano seguinte, com corte de mais de 20%, o volume de recursos ficou em R$ 821.888,00; no ano passado, o dinheiro minguou para R$ 180 mil, de um total de R$ 888 mil que Santos recebe, por ano, para o controle de endemias", aponta Maria Lúcia Prandi.

A parlamentar afirma que esperava reação mais firme do governo Beto Mansur. "Não adianta fingir que a dengue não existe. O governo municipal tem que escancarar a nossa realidade para o governo federal", ressalta.

Para a parlamentar, os 7 mil casos de dengue ocorridos em Santos, em 1999, são um indicador de que a vigilância deve ser permanente. "A anunciada redução de casos, depois do pico de ocorrências, não deve provocar um relaxamento na vigilância. Com a dengue se alastrando em todo o país, podemos ser atingidos por outros tipos de vírus, o que traduz o risco de a forma hemorrágica da doença atingir a população local. Temos que nos antecipar, para não pôr a culpa na fatalidade", ressalta.

No documento que protocolou na Assembléia Legislativa, a deputada petista fez referência, também, ao que considera contradição do governo federal. É que o Ministério da Saúde ofereceu apoio técnico e material ao governo da Bolívia, por intermédio da Fundação Nacional de Saúde, para combater a dengue na fronteira do Brasil e evitar a importação de casos da doença. "Enquanto isso, municípios que já estão sofrendo com a moléstia ficam à mingua", arremata Prandi.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lúcia Prandi - 3886-6848/6854)

alesp