As visões líricas de Marcelo Paciornik possuem a frágil e maravilhosa consistência dos sentimentos

Emanuel von Lauenstein Massarani
06/06/2003 16:22

Compartilhar:

 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Marcelo Paciornik.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Sublime é a musa de Marcelo Paciornik, um pintor profundamente simpatizante de uma imagem que permanece a meio caminho entre os chamamentos metafísicos, os valores plásticos e as aspirações surrealistas. Trata-se de um artista ingenuamente lírico, cujas pinturas esquematizadas são impregnadas de uma cor impalpável, onde ressaltam elementos expressionistas.

Tratando os mais variados temas dentro de uma atmosfera de levitação, às vezes com acentuadas nuances envolvidas pelo encantamento da simplicidade, sua clareza possui improvisas reverberações de luzes e de cores fixadas em horizontes estáticos.

Suas visões, tanto de seres quanto de paisagens, de cores transparentes e delicadíssimas, resultam em composições leves, palpitantes, que possuem a frágil e maravilhosa consistência dos sentimentos. Traduzir as mais sutis vibrações interiores, uma constância de cores impalpáveis, partindo da realidade visual constituem uma constante conquista de Marcelo Paciornik.

Concordamos plenamente com o crítico José Henrique Fabre Rolim, quando afirma: ¨Os percursos inusitados da arte proporcionam, além do deleite estético, a magistral força da reflexão nos questionamentos íntimos do ser humano ao perscrutar a realidade em suas sutilezas." Marcelo Paciornik, artista de extrema sensibilidade, capta as nuances do comportamento humano transpondo para a tela a dramaticidade da expressividade corporal no limite de um tempo veloz e sempre novo¨.

Pureza de abstração, sutileza nas texturas, ágeis pinceladas, os personagens desse artista refletem os conflitos existênciais do mundo moderno. Assim é ¨Invisível¨, a obra em óleo sobre tela doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho. Marcelo Paciornik cria através da magia do silêncio, da magia da matéria e da magia de um universo em transformação, figuras que dão vida a outras figuras, numa realidade onde a cor quase é inexistente e onde fermentam recordações e tradição.

O Artista

Marcelo Paciornik nasceu em Curitiba, em 1970. Cursou Desenho e Pintura no Atelier de Lelia Brown de 1985 a 1987; Anatomia Humana aplicada ao Desenho com Sergio Prata, em 1987; Pintura no Atelier de Eulália Mussac (1987/1988) e Desenho e Pintura no Museu Guido Viaro (1988). Graduou-se em Comunicação Visual pela Universidade Federal do Paraná (1994).

A partir de 1994, o artista viaja para o exterior, onde nesse mesmo ano realiza pesquisas plásticas com ênfase no design gráfico e artes plásticas no Lichtenstein Museum, no Moma e em galerias de arte contemporânea de Nova York. Em 1997, realiza em Amsterdam, Praga e Londres pesquisas plásticas e fotográficas com enfoque dialético do clássico e contemporâneo. Em meados desse mesmo ano e até fins de 1998 realiza um trabalho abrangente coletando dados sobre o relacionamento arquitetura e escultura na Escócia, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, França e Inglaterra.

Após receber o diploma em ¨ Fine Art's ¨, no Bournemouth & Poole College of Art end Design, sob a orientação do professor Peter Joyce, participa de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se: III Bienal Brasileira de Design; ¨Biodesforme¨ no Design Center Batel (1994); Tribunal de Justiça do Paraná; Salão Banestado; Salão Paranaense (1996); Tribunal de Contas do Paraná; Galeria Bologna, Curitiba; Expoarte Mercosul, Foz do Iguaçu; Casa Cor, Salvador Bahia, I Dec - Art (1997); Galeria Golden Fort, Londres; Studio Steve Davis, Londres; Shie-art design, Londres; Vórtice, Curitiba (1998); ¨O mago de prata¨, Mostra de Quadros, Livros e cd, Trilha sonora composta pela banda Prankish, produção do próprio artista, Shopping Cristal, Curitiba ( 1999 ); ¨O mago de prata¨, Art incidental, São José, Santa Catarina; ¨A meta carne¨ Curitiba e Entreposto da Lata, São Paulo (2000); ¨Insetos Andróides¨, Loja Roncônia, Curitiba e na Casa Romário Martins a convite da Fundação Cultural de Curitiba.

alesp