PELO MESMO CAMINHO - OPINIÃO

Antonio Duarte Nogueira Júnior*
13/03/2001 14:52

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Muitas são as pessoas que dariam quase tudo para não estar na pele de Geraldo Alckmin, tamanha responsabilidade que ele tem pela frente. Vice do governador Mário Covas, Alckmin é tido como herdeiro de um estilo de governo austero, que fez história e que serve de exemplo à política brasileira.

Na verdade, o Estado de São Paulo não poderia estar em melhores mãos. Alckmin tem um passado respeitado, freqüentou uma verdadeira escola de administração, como costuma se referir aos últimos seis anos em que trabalhou ao lado de Covas, e cultiva os mesmos ideais e princípios do saudoso governador. Começou na política aos 19 anos como vereador de Pindamonhangaba, foi eleito prefeito, deputado estadual e federal e, de pouco conhecido que era do paulistano, chegou em terceiro na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Aliás, Covas e Alckmin protagonizam um fenômeno que ninguém se arrisca a explicar: vão mal em pesquisas de popularidade, mas surpreendem nas urnas. O medo que o paulista tem de voltar ao passado e a aprovação à forma austera de administrar talvez passem perto dessa explicação.

Para nós que fomos testemunhas de épocas em que o Estado estava prestes a entrar em falência, a continuidade do governo Covas é garantia de que a fase negra ficou para trás. O governador Covas foi, na verdade, um divisor de águas e reforçou no cidadão a idéia de que é possível administrar a coisa pública com seriedade, noção que se encontrava diluída na onda de desmandos e contra-exemplos que os paulistas tinham à sua frente.

O grande desafio que todos creditam ao governador Alckmin é justamente que ele continue no mesmo caminho. A sociedade enxerga no governador um político habilitado a prosseguir na tarefa iniciada em 1995 e a dar andamento a programas e planos que o governador Covas iniciou.

Em sua primeira reunião com o secretariado, após assumir definitivamente o cargo, o governador Alckmin já deixou claro que o ajuste fiscal vai continuar valendo. Também tem outros projetos para colocar em prática nos próximos dois anos, vai continuar verificando o fluxo de caixa do Estado todos os dias, assim como seu professor fazia.

Alckmin tem o apoio da população, de sua bancada, e o respeito de seus adversários mais perspicazes e tem plena consciência da confiança incondicional que o povo paulista depositou nele.

A oposição que faz a crítica pela crítica, muitas vezes para disfarçar sua falta de trabalho, pode até continuar reclamando, mas são vozes que vão se perdendo à medida que os planos do governo tomam forma. Foi assim durante esses seis anos e vai continuar sendo, até para a continuidade do jogo democrático.

O mais importante é que nós, paulistas, somos privilegiados. Tivemos um governador que se tornou uma referência administrativa e moral. Ele soube escolher um vice a quem poderia deixar tranqüilamente o Estado em suas mãos e tinha a convicção de que Alckmin seria sua extensão no governo. Parece até que o governador Covas estava adivinhando.

*Antonio Duarte Nogueira Júnior é engenheiro agrônomo, deputado estadual, vice-líder do governo e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas (1995/96).

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