O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) será uma referência nos próximos anos para avaliar o desenvolvimento social dos municípios paulistas, assim como faz o IDH da ONU em relação aos países. A previsão é do deputado Vanderlei Macris (PSDB) sobre o indicador criado quando era presidente da Assembléia Legislativa (1999/2001) e que avalia, a cada dois anos, como se encontra a qualidade de vida em todos os municípios de São Paulo.

Essa convicção foi reforçada durante o seminário sobre responsabilidade social promovido pela Fundação Mário Covas no Memorial da América Latina, na terça-feira passada, quando Macris ouviu do secretário de Governo e Gestão Estratégica, Dalmo Nogueira Filho, que a sua pasta já se utiliza do IPRS para planejar algumas ações. O deputado fez uma palestra sobre o IPRS na ocasião.

A Assembléia Legislativa divulga o segundo relatório do IPRS no próximo ano. A Fundação Seade, contratada pela Assembléia Legislativa, inicia neste semestre a coleta de informações dos municípios para compor o IPRS de 2003, que levará em conta dados sobre a composição de renda da população, longevidade e educação.

A novidade do próximo relatório será a elaboração de um mapa para identificar as regiões mais carentes do Estado. Felícia Madeira, da Fundação Seade, disse, durante o seminário, que o mapa terá condições de revelar inclusive onde estão localizados os bairros mais pobres da capital do Estado.

Entre 300 pessoas que participaram do seminário no Memorial, a maioria era de prefeitos, representantes de prefeituras e vereadores, o público mais interessado em conhecer detalhes do IPRS. Isso porque, segundo a Lei 10.765/2001, que criou o indicador, as prefeituras podem ficar impossibilitadas de celebrar convênios com o governo estadual e serem incluídas no Cadastro de Inadimplentes do Estado se não repassarem as informações solicitadas pela Seade.

Lei aprovada

A legislação do IPRS foi aprovada em fevereiro do ano passado. A idéia de criar o índice partiu do Fórum São Paulo Século XXI, promovido pelo Legislativo paulista por cerca de dois anos, com a participação de deputados, secretários estaduais, empresários, trabalhadores, acadêmicos e especialistas de diferentes áreas do conhecimento. Participaram do Conselho do Fórum os empresários Olavo Setúbal e Oded Grajew, os sindicalistas Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT, e Paulo Pereira da Silva, líder da Força Sindical, religiosos como D. Paulo Evaristo Arns e o rabino Henry Sobel, entre muitos outros nomes representativos da sociedade civil.

O governador Mário Covas não chegou a conhecer os resultados do Fórum, mas sempre esteve muito atento aos trabalhos na Assembléia Legislativa, assim como o governador Geraldo Alckmin, que se encontrava na terça-feira no Seminário. Alckmin alertou para a importância de saber como aplicar bem os recursos públicos e que o IPRS permite planejar a maneira mais correta de orientar os investimentos.

Entusiasmado com a receptividade do IPRS o deputado Macris, que preside uma comissão de parlamentares que acompanha a implementação do indicador, vem promovendo palestras em diferentes locais. Após falar no Memorial sobre o indicador, o deputado se dirigirá a alunos de mestrado e doutorado, no próximo dia 22, a convite da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Saúde Pública da USP.