A Unesco, que é um organismo internacional ligado à ONU e tem sede em Paris, divulgou um relatório anual que coloca a cidade de São Paulo num triste primeiro lugar entre as capitais brasileiras com maiores índices de violência nos casos de mortes de jovens entre 15 e 24 anos de idade. De acordo com as estatísticas, 69,7% dos jovens que morrem na região metropolitana de São Paulo são vítimas da violência conjunta, que inclui mortes por homicídios, acidentes de trânsito e suicídios.

Para se ter uma idéia, atenção para os índices de outras cidades: Recife aparece logo abaixo de São Paulo, com 64%; Manaus vem em seguida, com 62%, e Salvador é um exemplo positivo, com apenas 16,3%. A média do Brasil é de 53,7% de jovens mortos por violência, entre o total de mortes de jovens em todo o País.

O ministro da Justiça, José Gregori, participou da cerimônia em que foram divulgados esses números, em Brasília, e, como sempre, falou coisas ensaiadas, mas não apresentou soluções para atenuar a violência que acaba com a vida de tantos rapazes e moças. Gregori propõe o boicote a programas de TV com conteúdo violento, mas não fala em usar a autoridade do governo federal para tirar do ar esses programas.

As causas da violência são várias. Entre elas está, sem dúvida, a falta de autoridade por parte de quem deveria exercer a autoridade: os governos. O jornalista Pimenta, que matou a tiros, covardemente, a ex-namorada, também jornalista, tenho certeza de que não assistia aos programas do Ratinho, nem o "Linha Direta".