Parlamentar intensifica luta contra "consórcio da morte"


22/10/2008 18:26

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Sendo princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos, sem preconceitos e discriminação, dentre outros, rogamos pela prevalência dos direitos humanos, e que a justiça seja exercida!". O texto transcrito faz parte da moção, de autoria da deputada Ana Perugini (PT), pela qual ela faz um apelo para as autoridades federais, em mais um capítulo da luta contra a impunidade que marca a triste história de trabalhadores rurais na região amazônica.

Nesta terça-feira, 21/10, a deputada cumpriu agenda em Brasília, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, tendo ainda como objetivo mobilizar advogados, procuradores e juristas para que sejam intensificadas, em todo o país, as medidas de proteção aos trabalhadores rurais, nas regiões de conflitos fundiários, bem como priorizar o combate ao "consórcio da morte", que ainda impera em inúmeras regiões, à grave violação aos direitos humanos e à impunidade que subjuga toda a população.

Na avaliação de Ana Perugini, os números da violência no campo são alarmantes, conforme estatística de responsabilidade da Pastoral da Terra, ao longo do ano de 2007: contabilizados 615 conflitos por terra, envolvendo 66.943 famílias, com 260 ameaças de morte, 66 tentativas de homicídio e 28 trabalhadores rurais assassinados. No caso de maior repercussão dos últimos anos, a irmã Dorothy Stang foi executada a tiros em 12/2/2005, em Anapu, no interior do Pará. "Chega de impunidade", conclama Ana Perugini em sua cruzada pela vida e pela justiça social em todos os estados brasileiros.

Esse relato foi feito ao presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Brito, a quem Perugini pediu uma audiência para que o irmão da missionária, o americano David Stang, possa se manifestar. "É uma situação que ganhou repercussão por conta de Dorothy ser missionária e estrangeira. E David não entende como pessoas que fazem o bem podem ser assassinadas e os executores saírem impunes", salientou a deputada durante encontro com Brito.



aperugini@al.sp.gov.br

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