Da Tribuna


30/03/2010 20:16

Compartilhar:


Desqualificar e criminalizar



Demonstrando total indignação com as condições de trabalho e o salário dos professores, Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que falta investimento nas escolas públicas, além de alegar que José Serra quer desqualificar e criminalizar os educadores. O parlamentar comentou a ação que o PSDB quer mover contra o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), alegando que a entidade estaria fazendo propaganda eleitoral e greve com fins políticos. Segundo Giannazi, esta seria uma estratégia do governo "para tirar o foco da crise e encobrir as próprias responsabilidades". (DB)



Monarquia ou República?



Indignado com a ação da Polícia Militar na inauguração do trecho sul do Rodoanel, que impediu a presença da oposição, Vanderlei Siraque (PT) alertou que vivemos num regime republicano, e não monarquista. O parlamentar ainda denunciou a realização de propaganda política durante a cerimônia, já que havia várias pessoas com camisetas e bandeiras do PSDB. "O governador José Serra deveria colocar a polícia para combater o crime organizado, em vez de impedir as pessoas de acompanharem a inauguração de uma obra. É lamentável ver José Serra tratando de uma obra pública como se fosse privada", concluiu Siraque. (DB)



Aberrações legais



Conte Lopes (PTB) informou que a falta de segurança no Estado não é culpa dos policiais, e sim da Justiça, que permite que os bandidos voltem às ruas e cometam outros crimes. Lopes alertou aos demais deputados da Casa sobre a liberação de 25 mil presos na Páscoa, e disse que, por uma questão de hierarquia, a polícia cumpre suas ordens. Conte concluiu que o problema não está na Segurança Pública, e sim nas "aberrações" legais que mantém a Justiça "nesse estado lamentável". (DB)



Falta de informação



Retrucando o que foi dito por Carlos Giannazi (PSOL), Milton Flávio (PSDB) afirmou que o parlamentar precisa trocar sua assessoria, que o mantém mal informado, e afirmou que para "quebrar a espinha dorsal" do PSDB é preciso votos. Com relação a ação da Polícia Millitar na manifestação dos professores, Milton Flávio informou que "a polícia foi utilizada tendo em vista a periculosidade da situação; e os policiais trabalham para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos". (DB)



Falta de elegância



Ênio Tatto (PT) criticou o que chamou de "deselegância" do governo de São Paulo, referindo-se à inauguração do Rodoanel e lamentou: "Infelizmente o governo do Estado não teve a elegância de enviar um convite para essa pré-inauguração". De acordo com o deputado, o governo federal sempre se postou de forma parceira, respeitando o Estado. Tatto ainda ressaltou que o governo federal antecipou R$ 300 milhões para viabilizar o trecho sul do Rodoanel. Tatto também destacou a necessidade de votação do PLC 21/2009, que cria dois foros regionais na zona sul de São Paulo. (TB)



"Truculência"



Maria Lúcia Prandi (PT) criticou o tratamento dado pelo governo do Estado ao Legislativo, segundo ela autoritário e truculento. Com relação à "pré-inauguração" do Rodoanel, a deputada lembrou que a obra ficou parada durante muitos anos, por diversas irregularidades apresentadas. Ela também rebateu as insinuações de que a greve dos professores tem caráter partidário: "Os professores estaduais não têm aumento e cobram o reajuste há mais de dez anos", afirmou. Prandi criticou também a forma violenta com que os servidores da educação foram tratados na manifestação da última sexta-feira, 26/3, por parte da Polícia Militar: "Serra lembra Maluf", enfatizou. (TB)



Diálogo



Luís Carlos Gondim (PPS) criticou a falta de fiscalização em obras realizadas em delegacias de polícia, mencionado o caso do 1º Distrito Policial de São José dos Campos. Por outro lado, enfatizou que, quando bem feitas, as obras realizadas no Estado devem ser elogiadas: "Os partidos têm de fazer críticas para que o governo possa corrigir os problemas, mas devem elogiar as obras bem feitas", afirmou. Para Gondim, o diálogo é o caminho para o entendimento. (TB)



Pedágios abusivos



A cobrança dos pedágios foi abordada pelo deputado Hamilton Pereira (PT). Ele ressaltou que o São Paulo possui o maior número de praças de pedágio, além dos maiores preços. "O Estado tem cada vez mais praças de pedágio. Isso encarece o transporte de todos produtos, e São Paulo já possui o custo de vida mais caro do país." Pereira também se solidarizou com os servidores da Educação que foram agredidos pela PM, em manifestação realizada na última sexta-feira, 26/3. (TB)



Considerações equivocadas



Milton Flávio (PSDB) disse que o PT considerou o governador Serra como autoritário e covarde no trato com a manifestação dos professores. Entretanto, lembrou que os professores e estudantes da Universidade de Brasília, ao tentarem audiência com Lula para protestar pela diminuição de 30% nos salários, "foram agredidos e massacrados", e essa atitude não foi considerada autoritária pelo PT. "Vejam que, em Brasília, o protesto era contra a diminuição do salário, e aqui, em São Paulo, é por aumento. E assim mesmo o PT ignora o autoritarismo e a hipocrisia do presidente", ressaltou.



Despedida



Como os secretários municipais da capital Ricardo Montoro e Rodrigo Garcia retomam seus mandatos na Assembleia nesta quarta-feira, 31/3, Milton Flávio, que é suplente, se despediu de seus pares. Ele agradeceu aos colegas a convivência durante o ano de mandato, afirmando: "Apesar de ter sido pouco tempo, foi gratificante. Sou parlamentarista e como tal defendo sempre o Parlamento. No debate das ideias e nas exposição dos diferentes pontos de vista permitimos que o eleitor conheça todas as vertentes de um tema, e assim contribuímos para o crescimento da democracia". Vários deputados solicitaram apartes para cumprimenta-lo e desejar sucesso e boa sorte nas eleições que se aproximam.

alesp