A busca do apoio de prefeitos da região do Vale do Ribeira ao projeto que altera os limites do Parque Estadual de Jacupiranga, excluindo áreas habitadas por comunidades tradicionais e incluindo novas áreas para efeito de compensação ambiental, foi uma das propostas feitas em reunião realizada no último dia 3/10, na sede da Secretaria Municipal de Educação de Jacupiranga. Com essa proposta, sindicalistas, ambientalistas, vereadores, representantes das comunidades que habitam o Parque, o prefeito de Jacupiranga, professor Jessé, e o deputado Hamilton Pereira (PT), autor do Projeto de Lei 984/03, dão início a uma articulação pela derrubada, na Assembléia Legislativa, do veto do governador Geraldo Alckmin à propositura."É muito importante que consigamos conscientizar a sociedade sobre as dificuldades que as comunidades, que já viviam na região antes mesmo de o Parque ser criado através de um decreto em 1969, encontram para sobreviver", explicou Hamilton Pereira. A proposta do projeto é que as áreas habitadas sejam excluídas do parque e transformadas em Unidades de Conservação de Uso Sustentável. O Parque Estadual de Jacupiranga abrange parte dos municípios de Barra do Turvo, Cananéia, Eldorado, Iporanga e Cajati, onde se concentram 66% dos remanescentes de Mata Atlântica do Estado de São Paulo e 13% de todo o Brasil. Atualmente, vivem no Parque Estadual de Jacupiranga, segundo estimativas de várias ONG"s de atuação local, entre 2 mil e 3 mil famílias, o que significa uma média de 10 mil pessoas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Vale do Ribeira e Litoral Sul (Sintravale), Henrique da Mota Barbosa, que também é presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF-CUT), são muito grandes as dificuldades enfrentadas pelas comunidades que vivem dentro do Parque. "Há pessoas que deixam de tomar vacinas devido às dificuldades de acesso a essas regiões", explicou.hpereira@al.sp.gov.br