Projeto quer combater contaminação da areia de praias, rios e represas

Segundo estudo, entre as causas da contaminação estão a presença de animais nas praias e a falta de saneamento
08/01/2009 17:10

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Os banhistas geralmente sabem da possibilidade de contaminação na água do mar, mas dificilmente imaginam que a areia também possa estar contaminada. Estudo realizado em 2006 nas praias do Rio de Janeiro pela Escola de Ciência Tecnológica da Universidade do Grande Rio, por solicitação da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa daquele Estado, constatou que, em muitos trechos, principalmente os mais distantes da linha d"água e próximos das calçadas, a areia está contaminada, apresentando riscos de transmissão de doenças.

Verificou-se a presença de dez diferentes tipos de verminoses, vírus da hepatite, fungos causadores de micoses e bactérias. Apesar disso, não foi encontrada qualquer sinalização que alerte o banhista sobre o risco ao qual está exposto. Segundo o estudo da Unigranrio, as causas da contaminação são a insistência dos banhistas em levar cães às praias e a falta de saneamento, que leva o esgoto de favelas próximas à orla para as praias.

Em função da gravidade do problema, o deputado Carlinhos Almeida (PT) apresentou Projeto de Lei 130/2008 com a finalidade de incluir no Programa de Monitoramento das Praias, desenvolvido pela Cetesb, a análise da areia de praias litorâneas, rios e represas do Estado de São Paulo. Hoje a Cetesb realiza apenas a análise da qualidade das águas.

De acordo com o projeto, a Cetesb deverá divulgar pela internet boletins e relatórios anuais dos dados obtidos da análise da qualidade da areia. Além disso, deverá sinalizar nas praias os trechos em que a areia estiver contaminada. Com a implantação desse sistema, os órgãos ambientais do Estado poderão providenciar a limpeza das áreas afetadas pela contaminação, firmando convênios com as prefeituras.

O projeto tem, também, a finalidade de dar subsídios para o estabelecimento de uma política de prevenção e informação ao público, para que os usuários das praias paulistas ficarem menos expostos a doenças causadas por bactérias, fungos e parasitas patogênicos, principais causadores de irritações na pele e mucosas, micoses e infecções intestinais.



Especialista explica como se precaver da contaminação



Segundo o oceanógrafo e professor da Unigranrio, David Zee, que trabalha há 20 anos pesquisando a contaminação da areia das praias, há duas formas de o banhista se precaver da contaminação. A primeira é posicionando-se sempre o mais próximo possível da arrebentação, já que a salinização e o movimento do mar lavam a areia, diminuindo o risco.

A outra é comparando a coloração da areia seca que fica próxima à zona de arrebentação com a do local onde o banhista pretende se instalar. Se houver diferença de coloração, significa que a área escolhida está imprópria. (Site da Alerj)

alesp