Deputada critica governador e secretário da Segurança Pública


13/02/2009 16:44

Compartilhar:


Maria Lúcia Prandi (PT) fez duras críticas ao silêncio do governador José Serraem relação ao aumento dos crimes com características de execução no Estado de São Paulo, com suspeita de envolvimento direto de policiais. Cinco decapitações teriam sido praticadas por PMs, em 2008.

"Não podemos permitir a volta do Esquadrão da Morte", afirmou a deputada. No discurso que fez no plenário da Assembleia, a parlamentar também cobrou um posicionamento do secretário da Segurança Pública do Estado, Ronaldo Marzagão. Os casos que configuram execução cresceram 22,5% em 2008, em comparação com o ano anterior.

"Estou pedindo providências e quero informações. O Estado não pode agir como os bandidos, matando, esquartejando e decapitando", enfatiza a deputada.

Em seu discurso, Prandi fez a ressalva de que tem estado ao lado dos policiais em suas lutas por salários dignos e melhores condições de trabalho. "Mas os maus profissionais, que cometem barbaridades e comprometem a imagem de toda a corporação, devem ser identificados e punidos", ressaltou.

Os dados referentes ao aumento dos crimes foram divulgados pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, na quarta-feira, 11/2. A ouvidoria é o órgão do governo que monitora as possíveis violações cometidas por policiais militares e civis.

De acordo com o relatório, ocorreram 98 casos com características de execução, no ano passado, totalizando 186 vítimas. A lista inclui os cinco homens decapitados por PMs que seriam integrantes do grupo de extermínio "Os Highlanders". Três policiais já confessaram ter matado e degolado ao menos três pessoas.

Ao todo, no ano passado, São Paulo registrou 4.690 homicídios dolosos (intencionais). As 186 mortes computadas pela ouvidoria representam 4% do total.



mlprandi@al.sp.gov.br

alesp