O deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS) coordenou nesta quinta-feira, 3/5, na Assembléia Legislativa de São Paulo, uma audiência pública, em que se discutiram medidas de racionalização de energia que serão implementadas pelo governo no Estado de São Paulo.O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Walter Feldman, abriu a audiência com a assinatura de um protocolo de intenções, entre a USP e a Assembléia Legislativa, para estudar medidas que reduzam o consumo de energia. Feldman também elogiou a iniciativa dos deputados Arnaldo Jardim e Sidney Beraldo (PSDB). "Teremos um debate forte, atual e sintonizado com as necessidades da sociedade moderna", afirmou.Em sua apresentação, o secretário estadual de Energia, Mauro Arce, justificou a necessidade de racionamento de energia devido à falta de chuva. "Houve investimentos no setor, mas o que tem que se discutir é se eles foram necessários ou não. Se tomarmos como exemplo a situação do nordeste, em relação às chuvas, este é o pior mês de abril dos últimos 70 anos." Questionado sobre o sistema de racionamento por meio de cotas, que será implementado pelo governo, Arce esclareceu que hoje é necessário reduzir o consumo de energia em no mínimo em 15%. "Porém, não poderemos cortar energia de hospitais, escolas, metrô etc. Assim, será necessário um esforço maior por parte das residências, comércio e indústria", complementou.Já o diretor do Departamento de Infra-Estrutura da FIESP, Luís Gonzaga Bertelli, foi enfático ao declarar que faltou planejamento energético e investimentos por parte do Estado. "Há 10 anos estamos alertando para o problema da falta de investimentos na expansão energética. Cuidar da infra-estrutura é dever do Estado", afirmou. Para exemplificar a gravidade da situação, Bertelli citou a manifestação do presidente da Volkswagen do Brasil, que declarou recentemente que poderá mudar a empresa para outro país, caso o Brasil não melhore sua infra-estrutura. "Com chuva ou sem chuva, a falta de energia elétrica será um verdadeiro entrave para o desenvolvimento de São Paulo", complementou.Neste ponto, o deputado Sidney Beraldo, que coordenava a mesa junto com o deputado Arnaldo Jardim alertou para a necessidade de os conflitos expostos serem melhor analisados. Em seguida, representando a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única), Florenal Zartelon, defendeu a geração de energia por meio da biomassa. "Essa alternativa poderá minimizar consideravelmente o problema do racionamento, mas falta maior incentivo do governo para viabilizar o emprego desta tecnologia."Por sua vez, o representante da Associação Comercial de São Paulo, Marcelo Solimeu, alertou que a falta de energia poderá sacrificar postos de trabalho. "Provavelmente neste ano, o grande vilão para o crescimento da economia não serão as taxas de juros e sim a escassez de energia".Em sua intervenção, o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Energia Elétrica, Nelson Barreira, ressaltou a necessidade da implementação do projeto que cria o Conselho Estadual de Política Energética, de autoria do deputado Arnaldo Jardim. "Este projeto é uma ótima iniciativa do Legislativo Paulista. Porém, no âmbito federal, falta vontade política para que haja um desenvolvimento energético. Temos que colocar, frente à frente, o ministro da Fazenda e o ministro de Minas e Energia para definir esta questão", concluiu. A representante do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Flávia Lefevre, alertou que o ônus da falta de planejamento e investimento no setor elétrico acabará caindo sobre a sociedade. "A aplicação do plano de cotas não será bom para ninguém. Porém, nem todo mundo poderá pagar as multas que serão aplicadas por gastos além do limite".Já o comissário geral da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), Zevi Kann, afirmou que o sistema de cotas é injusto, mas é uma medida emergencial. "Não podemos deixar a situação caminhar sem que tomemos alguma medida", afirmou.Arnaldo Jardim festejou a representatividade no encontro. "Ouvimos aqui representantes do governo, das agências de regulação, dos setores da agricultura, indústria e comércio, além de diversos especialistas no assunto, que contribuíram para o aprofundamento desta questão"(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Arnaldo Jardim - 3886-6834/6838)