Hospital da Baixada Santista suspende exames por falta de aparelho


16/05/2006 11:47

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Exames de espirometria, que verificam o fluxo de ar nas vias aéreas do paciente, estão suspensos no Hospital Guilherme Álvaro, única unidade hospitalar pública estadual da Região Metropolitana da Baixada Santista. A denúncia foi feita pela deputada Maria Lúcia Prandi (PT), ao cobrar do Governo do Estado uma solução para o problema, que ocorre desde o final de 2005.

A espirometria, adverte a parlamentar, é fundamental na detecção da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que mata três brasileiros a cada hora. "Para os pacientes que procuram o atendimento, a resposta é de que não há previsão para a normalização do serviço", afirma, acrescentando que eles não são informados sobre quando serão atendidos, o que considera um desrespeito com o cidadão.

Prandi esclarece que a DPOC é progressiva e quanto mais tardio o diagnóstico, maiores prejuízos terá o paciente, que tem sua qualidade de vida deteriorada a cada dia."Nos estágios mais avançados, a pessoa precisa fazer uso contínuo de oxigênio. Ninguém quer chegar a esse ponto. A estatística de mortalidade é expressiva, o que torna inaceitável a suspensão do teste no Hospital Guilherme Álvaro."

A deputada questiona a atitude do Executivo ao afirmar que um espirômetro moderno custa em torno de R$ 6 mil. "Esse valor não representa nada no Orçamento do Estado, mas a realização do exame pode representar tudo para quem dele necessita", enfatiza.

"O espirômetro é utilizado no diagnóstico da asma, doença que pode levar à morte. Estatísticas revelam que a prevalência e a mortalidade, principalmente nas crianças, vêm aumentando, sendo que no Brasil entre 300 e 350 mil internações anuais são provocadas pela asma, que está entre a terceira ou quarta causa de hospitalizações", afirma Prandi.

Ao justificar a cobrança feita ao Executivo, a deputada afirma: "Se o Governo do Estado falha em suas atribuições, deixando de oferecer condições adequadas de diagnóstico e terapêutica, a sociedade paga uma conta cada vez mais alta, resultando em pior distribuição das escassas verbas destinadas à saúde pública".

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp