A revista Pesquisa Fapesp, publicada mensalmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, traz na edição de abril, em suplemento especial, matéria sobre o Acervo Histórico da Assembléia Legislativa. O arquivo histórico da Assembléia figura como uma importante referência para pesquisas sobre a política brasileira no Império e nas primeiras décadas da República. "É uma das melhores fontes de documentos sobre o período que vai de 1824, pouco depois da Independência, até 9 de julho de 1947, quando a Assembléia retomou suas atividades, depois de um fechamento de dez anos, em conseqüência do Estado Novo", registra a matéria.

O Acervo Histórico da Assembléia reúne 480 mil páginas de documentos, 90 mil negativos de fotografias, 25 mil livros e 10 mil textos de emendas parlamentares, segundo seu diretor Dainis Karepovs. Com o apoio da Fapesp, estão sendo realizados investimentos para preservar o acervo. Já foram digitalizadas 150 mil páginas de documentos e fotografias e 5.020 livros serão ainda restaurados. Os documentos originais podem ser consultados em arquivos deslizantes, com facilidade de manuseio e economia de espaço. As verbas da Fapesp também propiciam a organização de pequenas exposições destinadas a grupos de alunos de escolas públicas, que geralmente tematizam um período da história de São Paulo ou um parlamentar específico. Nos próximos meses, será realizada uma exposição sobre o escritor e deputado constituinte, em 1947 e 1948, Caio Prado Júnior.

A matéria da revista Pesquisa Fapesp destaca que o arquivo da Assembléia não se limita a dar informações sobre a política, mas oferece esclarecimentos importantes sobre educação, saúde e questões sociais. "Durante o Império, por exemplo, a Assembléia era a responsável pelo trato dos índios, que ainda dominavam grandes trechos do Estado", ressalta o texto. Outra consideração importante é que o Acervo Histórico da Assembléia abre-se a campos de pesquisa que ultrapassam o ano de 1947. Ele tem sob sua custódia uma coleção de negativos de fotografias sobre os trabalhos da Assembléia, no período de 1950 a 1992, e cópias de pronunciamentos feitos de 1948 a 1996. "Isso cobre um importante período da história brasileira, inclusive a redemocratização depois do regime militar. Ao que se somam 25 volumes que guardam os trabalhos do Congresso Legislativo e toda a biblioteca de José Carlos Macedo Soares, ministro das Relações Exteriores e da Justiça de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek."