A proposta de um programa radical de economia de energia elétrica, inclusive com a mudança de horário na Assembléia Legislativa, está - é óbvio - vinculada às necessidades provocadas pela crise do setor. Mas não se limita a ser uma medida conjuntural, muito menos uma ação destinada a gerar frutos de marketing, sem maiores conseqüências.Antes mesmo de se delinear a situação atual, a Mesa Diretora da Assembléia já havia criado um Grupo de Trabalho de Economicidade e buscado parcerias e convênios com centros de ensino e pesquisa visando reduzir de forma drástica as despesas não só com energia, mas também com água, telefone, material de consumo. A "crise do apagão" apenas apressou a urgência e a dimensão que estas propostas devem tomar, mas acabar na Casa com a cultura do desperdício em todos os setores já era um compromisso da Mesa - e mais do que isto uma obrigação como homens encarregados de zelar pela coisa pública.Há portanto uma corrente tripla nos empurrando para tomar as decisões que sabemos duras, mas necessárias. Há a questão emergencial da crise de energia, há a necessidade institucional de preservar o patrimônio público reduzindo despesas que podem ser cortadas sem prejuízo da atividade parlamentar e há o desafio estrutural de modificar uma cultura do desperdício dando a sociedade o exemplo na utilização racional dos recursos. Qualquer um destes três níveis de ação seria suficiente para levar a Mesa a tomar algumas atitudes, a somatória do efeito destas três ondas multiplica a necessidade e a convicção das medidas que precisam ser adotadas. Certamente existe a consciência do transtorno que alguma das medidas - em especial a mudança de horário da Assembléia - causarão à rotina de deputados e servidores, mas certamente os ganhos - inclusive financeiros - que a Casa obterá com isto são muito relevantes.Walter Feldman, Presidente da Assembléia LegislativaHamilton Pereira, 1º Secretário da Assembléia LegislativaDorival Braga, 2º Secretário da Assembléia Legislativa