Deputada pede investigação sobre a qualidade da água


07/06/2005 10:44

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

A suspeita de que o tratamento da água realizado pela Sabesp não seria suficiente para eliminar substâncias altamente nocivas à saúde levou a deputada Maria Lúcia Prandi (PT) a representar ao Ministério Público Estadual. A representação é resultado de dois meses de estudos e análises realizados a partir de dados contidos no Relatório da Qualidade das Águas Interiores, divulgado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), em março.

O risco à população seria conseqüência da existência de metais pesados, fenóis, clorofila e outras sustâncias tóxicas, bem acima dos níveis permitidos, na água do Canal de Fuga da Henry Borden, em Cubatão, próximo ao local onde a Sabesp capta a água utilizada para abastecimento público daquele município e de mais três cidades da região " Santos, São Vicente e Praia Grande. A água do Canal de Fuga é proveniente do Reservatório Billings, localizado no alto da serra.

A Organização Mundial de Saúde define, em suas listagens de classificação de doenças, que as substâncias detectadas na água do Canal de Fuga podem causar sérios distúrbios de saúde, entre eles câncer, mutações genéticas, alterações em fetos, doenças nervosas e mentais, problemas pulmonares e anemia, entre outros.

A deputada afirma que o percentual aceitável de mercúrio, segundo o padrão Conama, seria de 0,0002 mg/l e o valor máximo encontrado no Canal de Fuga da Henry Borden foi de 0,0016 mg/l, ou seja, aproximadamente doze vezes mais.

No caso do chumbo, a comparação aponta percentual três vezes maior que o valor permitido. O cádmio apresenta índice 10 vezes maior que o tolerável. A clorofila-a aparece com percentual três vezes maior, situação admitida pela própria Cetesb como sendo um problema, já que a clorofila indica a possível presença de algas potencialmente tóxicas.

Outra questão apontada pela deputada Prandi é que as resoluções Conama exigem análise de organoclorados nas águas. "A Cetesb não está divulgando o resultado da análise dessas substâncias em relação a vários corpos de água, inclusive o do ponto onde coleta a água para abastecimento das quatro cidades da Baixada Santista, no Rio Pilões", observa Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp