Feldman defende retomada do debate sobre parlamentarismo durante visita do cônsul de Israel

Presidente da Assembléia entrega a Medad Medina Manifesto pela Paz no Oriente Médio (com fotos)
26/03/2001 16:40

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A Assembléia Legislativa poderá sediar um amplo debate sobre a implantação do modelo parlamentarista de governo. A intenção da retomada do debate sobre o regime parlamentarista foi anunciada na manhã desta segunda-feira, 26/3, pelo presidente da Assembléia, deputado Walter Feldman, durante visita do cônsul-geral de Israel, Medad Medina. Feldman afirmou que o parlamentarismo é um sonho antigo do PSDB, que voltou a ser discutido em Brasília por lideranças políticas. Na oportunidade, o presidente do Parlamento paulista entregou ao cônsul manifesto assinado por deputados ligados às comunidades judaica e árabe pedindo o restabelecimento da paz no Oriente Médio. "É muito importante que o Estado de Israel receba apoios como esse manifesto. Esse tipo de atitude é uma importante ferramenta para a consolidação do processo de paz", declarou o cônsul.

Segundo o cônsul Medina, um dos objetivos de sua visita é estabelecer relações mais permanentes com a Assembléia Legislativa paulista, cujos membros poderão fazer uma visita ao parlamento de Israel, a fim de discutir pautas de interesse comum - entre os quais o regime parlamentarista, que vigora no Estado de Israel. Ele chegou a sugerir que os deputados paulistas visitem também a Jordânia e o Egito, que mantêm acordos de paz com o Estado de Israel.

Para o presidente Walter Feldman o manifesto dos colegas - do qual ele também é signatário- é uma gota no oceano de um problema milenar. "Mas temos forte representação da coletividade árabe em São Paulo. Esta é a forma de demonstrar o desejo de São Paulo de que a paz seja restabelecida no Oriente Médio."

Eis a íntegra do manifesto:

"Os deputados da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo ligados às comunidades judaica e árabe vêm por meio deste Manifesto Público ao Povo Brasileiro reiterar o seu mais sincero e amplo apoio ao restabelecimento da paz no Oriente Médio.

Durante as negociações pela paz, intermediadas pelo presidente norte-americano, Bill Clinton, em Camp David, em julho de 2000, o Oriente Médio nunca havia estado tão próximo de um acordo de paz definitivo, que incluiria o reconhecimento do Estado Palestino. Sem sombra de dúvida, foi o momento político mais ousado para os países da região. No entanto, tudo ruiu rapidamente.

A deterioração das relações entre os judeus e palestinos tem servido única e exclusivamente a interesses de grupos extremistas minoritários de ambos os lados, acirrando ânimos e desanimando os mais otimistas analistas políticos sobre a viabilidade da tão sonhada paz no Oriente Médio.

Milhares de judeus e palestinos já perderam suas vidas desde 1948, ano da partilha da Palestina. Infelizmente, poucos avanços na solução dos impasses locais foram obtidos ao longo dos anos, mas passos importantes foram dados com os acordos de paz com os países vizinhos.

O respeito pela vida e pela diversidade é uma das principais características da sociedade brasileira, que temos certeza é claramente favorável à não violência e a uma alternativa pacífica para dirimir as diferenças existentes na região. Ariel Sharon e Yasser Arafat devem seguir o caminho da paz, aplacando a angústia de quem vive em meio às áreas de risco e as aflições de quem de longe, como nós brasileiros, acompanha cada incidente. Só há uma alternativa para palestinos e judeus: tornar a tão sonhada paz em realidade."

Subscrevem o manifesto os seguintes deputados: Alberto "Turco Loco" Hiar (PSDB), Afanasio Jazadji (PFL), Arnaldo Jardim (PPS), Zuza Abdul Massih (PRP), Edmir Chedid (PFL), Wadih Helu (PPB), Walter Feldman (PSDB), Nabi Abi Chedid (PSD), Pedro Tobias (PDT) e Salim Curiati (PPB).

alesp