Educadores, psicólogos, publicitários, pastores, empresários, deputados, diretores de escolas estaduais, particulares e municipais da capital se reuniram na manhã desta sexta-feira, 23/3, para discutir a elaboração de um projeto para estabelecer a paz como valor universal que deve ser respeitado e praticado. Esta foi a primeira reunião de trabalho da Comissão Multidisciplinar de Educação para a Cultura da Paz, a pedido da deputada Rosmary Corrêa (PMDB), que alegou, no plenário José Bonifácio, o crescimento da violência nas escolas paulistas como motivo para o trabalho da Comissão.

O resultado de uma pesquisa realizada pelo Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (UDEMO) mostrou que a violência esteve presente em 81% das escolas. Em primeiro lugar, a depredação, seguida de violações, furtos, roubos e brigas. Para a deputada Rosmary Corrêa, que já participava dos primeiros encontros da Comissão Interdisciplinar, a preocupação com o que fazer para combater este nível de violência resultou na abertura de um espaço dentro da Assembléia Legislativa para discutir medidas efetivas.

O passo inicial é fazer uma experiência com um grupo pequeno de escolas, de onde sairá, na forma de trabalhos artísticos dos alunos, sua visão genuína de paz. Esses trabalhos serão transformados em vídeo a serem distribuídos nas escolas. Segundo os integrantes da Comissão, o objetivo é conquistar o apoio das delegacias de ensino do Estado e dos municípios paulistas, ampliando a "construção da paz".

Para a empresária e escritora Elisa Guerra Malta Campos, militante pela paz há mais de l5 anos, em primeira mão, o público dessa campanha é o estudante adolescente, mas logo ela será ampliada para os alunos menores, de l.º e 2.º graus. "Nosso objetivo agora é fazer um trabalho prático, simples, de sensibilização. Futuramente, pode ser transformado até em projeto de lei. Agora é o momento de motivar o adolescente a desenvolver a vivência da paz a partir dele mesmo, de sua visão. Creio ser este o caminho para se poder minimizar esse problema da violência, afirma a escritora, ressaltando que é necessário resgatar a cidadania no seio da família."