Os números a favor do desenvolvimento econômico e social

Retrospectiva 2004
17/01/2005 19:24

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DA REDAÇÃO

Com a criação do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), cujos primeiros dados foram divulgados no final de novembro, a Assembléia Legislativa deu prosseguimento ao trabalho de consolidação de dados que permitam planejar e implantar políticas públicas adequadas.

Criado pela Fundação Seade a pedido da Assembléia Legislativa, o IPVS combina dados do Censo Demográfico de 2000 nas dimensões socioeconômica - renda e escolaridade dos chefes de família - e ciclo de vida futura (idade média da família e existência de crianças com até quatro anos de idade) para localizar geograficamente, dentro de cada um dos 645 municípios paulistas, os bolsões de pobreza.

As regiões de cada cidade foram enquadradas em um dos seis grupos determinados. O grupo 1, de nenhuma vulnerabilidade social, tem dimensão socioeconômica muito alta, com famílias de todos os tipos. O grupo 2, de vulnerabilidade muito baixa, tem dimensão socioeconômica média ou alta e famílias idosas. No grupo 3, de vulnerabilidade baixa, encontram-se famílias jovens e adultas com dimensão socioeconômica alta e famílias adultas com dimensão socioeconômica média.

O grupo 4, de vulnerabilidade média, tem famílias jovens, com dimensão socioeconômica média. No grupo 5, de vulnerabilidade alta, estão famílias adultas e idosas, com dimensão socioeconômica baixa. Famílias jovens e dimensão socioeconômica baixa formam o pior grupo, o 6, onde a vulnerabilidade é muito alta. O Estado tem, nos dois extremos, 6,9% de sua população (2,5 milhões de pessoas) no grupo 1 e 9,8% (3,6 milhões) no grupo 6.

IPRS e ONU

O IPVS pode ser considerado um filhote do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), criado pela Assembléia Legislativa em 2000. O IPRS revelou a ocorrência de desigualdades não só dos municípios entre si, mas de diversas regiões dentro de uma mesma cidade.

Em dezembro, a Assembléia divulgou a terceira edição do IPRS, com dados do período 2000 a 2002 e aperfeiçoada com modificações tecnológicas feitas ao longo do ano. Em sua versão 2004, o índice revelou queda no indicador de riqueza - resultante do racionamento de energia elétrica de 2001 e da diminuição do rendimento médio dos assalariados -, contrabalançada por expressivos avanços sociais, como o aumento do número de alunos na educação infantil e queda da mortalidade em todas as faixas etárias.

Em reunião com o presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo, em 17 de dezembro, o representante da Unesco (órgão da ONU para a educação e cultura) no Brasil, Jorge Werthen, disse que a entidade tem interesse em aplicar em vários países a metodologia utilizada no IPRS e no IPVS.

Para isso, a Unesco firmaria parceria com o Parlamento estadual paulista. A cooperação poderia inclusive resultar na criação de um prêmio a ser conferido pelo organismo internacional às cidades carentes que desenvolverem políticas pública eficientes com base nos dados do IPRS. "A ONU possui o IDH, que é um indicador elaborado a cada dez anos, mas o IPRS nos chamou mais a atenção, por ser atualizado a cada dois anos, mostrando portando uma avaliação mais próxima da realidade", disse Werthen na ocasião.

alesp