Mais do que seguir uma planta física para satisfazer critérios estritamente estéticos, as reformas realizadas do Palácio 9 de Julho ao longo dos últimos quatro anos perseguiram o objetivo de adequar o edifício a um novo papel e a um novo conceito de parlamento, fundados na transparência, na participação e na obtenção de resultados efetivos. No total, foram gastos R$ 2,4 milhões em obras concebidas numa perspectiva de resgate do espaço público, entendido não apenas em seu sentido material, mas em toda a abrangência política que essa expressão adquire numa casa de leis.

De acordo com a secretária-geral de Administração da Assembléia, Silmara de Oliveira Lauar, as reformas da sede do parlamento estadual, que completou 35 anos no dia 25 de janeiro, buscam fornecer os meios para que a atividade legislativa seja desenvolvida de forma adequada. "As intervenções visam, sobretudo, ampliar a eficiência e reduzir os custos operacionais", garante.

Entre as obras mais importantes está a implantação do estúdio de gravação da TV Assembléia, em novembro de 2001. Sua posterior ampliação, inaugurada hoje, tratou de melhorar as condições técnicas de operação da emissora, com medidas como tratamento acústico especial em paredes e teto, colocação de piso acústico vinílico e construção de um espaço exclusivo para os switchers. Também a sala de imprensa passou por uma remodelação completa, que incluiu a destinação de uma área para a Divisão de Imprensa e a instalação de uma sala de reuniões. A nova sala dispõe de novos equipamentos, colocados à disposição dos jornalistas.

Pátio das Cidades

Outra novidade é a transformação do pátio interno do prédio em uma área de convívio, com projeto paisagístico desenvolvido pela Barbieri & Gorski Arquitetos Associados. O espaço, que recebeu o nome de Pátio das Cidades, tem um caráter simbólico que evidencia o sentido de representatividade da Assembléia Legislativa. No pilar da escada projetada para conectá-lo ao prédio, estão nomeadas as 645 cidades do Estado de São Paulo.

Instrumentos de interação entre o Poder Legislativo e a sociedade civil, os plenários José Bonifácio, Tiradentes e D. Pedro I, tiveram suas instalações modernizadas, com novo mobiliário ergonômico, implantação de sistema de sonorização e multimídia, tratamento acústico, reforma dos banheiros, substituição de pisos e, principalmente, adequação às normas de acessibilidade para portadores de deficiência.

A construção de novos espaços também obedeceu à lógica democrática que motivou a restruturação dos espaços já existentes. É o caso, por exemplo, do prédio destinado a abrigar a sede do Instituto do Legislativo Paulista, que funcionará como centro de estudos, de capacitação e de formulação de políticas públicas do Legislativo paulista. Na mesma linha, implantou-se uma área para o funcionamento do programa Acessa São Paulo, voltado para a universalização das tecnologias de informação por meio de infocentros que permitem acesso gratuito à Rede Mundial de Computadores.