O movimento Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo do Campo recebe homenagem


05/09/2003 18:56

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DA REDAÇÃO

Os vinte anos do projeto Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo foram lembrados na homenagem que o deputado Renato Simões(PT) prestou ao movimento em sessão solene realizada nesta sexta-feira, 5/9.

Ao abrir a sessão, o deputado afirmou que a presença de vários adolescentes no plenário principal da Assembléia era "um tributo à história verdadeira do país e não àquela contada pelas elites, que omite sistematicamente as lutas populares".

Ao fazer referência à escultura "O Menino", do artista plástico Ricardo Amadasi, exposta no Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira durante o evento, o parlamentar afirmou que ela retratava simbolicamente o que deve ser feito no atendimento à criança e ao adolescente. A escultura de Amadasi foi elaborada a partir da porta de uma das celas destinadas a adolescentes na Fundação do Bem Estar do Menor (FEBEM) de São Bernardo. A porta foi recuperada dos escombros, após a desativação do complexo. A desativação, que foi uma das conquistas do movimento, contou com o apoio da Prefeitura Municipal.

Além do presidente e coordenadores do Movimento dos Meninos e Meninas de Rua, que fizeram um balanço histórico de suas lutas e conquistas ao longo destes vinte anos, representantes de diversas instituições afirmaram que, apesar de já se terem passado 13 anos da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é necessário muito empenho para ele seja colocado em prática.

O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) afirmou que, enquanto estiver na presidência da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, não permitirá que seja aprovado pela comissão qualquer projeto que proponha a redução da idade penal. Sobre as leis que garantem os direitos desta parcela da população, afirmou: "O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma das leis mais perfeitas do país, basta cumpri-la".

Ao encerrar a sessão solene, Renato Simões lembrou o quanto é preciso avançar nas políticas públicas estaduais a favor da criança e do adolescente, que ainda hoje têm como uma das alternativas de ação a existência da FEBEM. Simões reiterou que o sentido da homenagem era o de perpetuar a memória de um movimento social que conseguiu muitas conquistas. "Quem não tem memória é facilmente enganado", encerrou.

alesp