A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) solicitou à Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo petista Sebastião Almeida, a realização de uma audiência pública, na Assembléia Legislativa, para discutir a situação do abastecimento de água nos bairros-cota e no Vale Verde, em Cubatão, que reúnem 15 mil moradores.

"É inadmissível que, a menos de 60 quilômetros da cidade mais desenvolvida do País, as pessoas bebam água sem tratamento, com altas concentrações de coliformes fecais, sujeitas a contrair doenças graves e até a perder a vida", afirmou a parlamentar. Segundo Maria Lúcia, a contaminação da água utilizada pelos moradores, proveniente de cachoeira, foi constatada pela Vigilância Sanitária de Cubatão.

Serão convidados a participar do evento a Sabesp, o Ministério Público, a prefeitura e a Câmara Municipal de Cubatão, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e moradores. "Espero que nesse encontro seja selado um pacto definitivo, onde todas as partes assumam os compromissos que lhe couberem para uma solução definitiva", propôs Maria Lúcia.

Para a deputada, o fato de os bairros-cota e o Vale Verde terem se formado de invasões na reserva florestal da serra do Mar não justificam a recusa da Sabesp em implantar os serviços de abastecimento de água. "Temos constatado uma grande resistência da empresa. Se o custo é alto, não importa. O Estado recolhe impostos e taxas para reverter em benefício da população", ela observa.

A parlamentar destaca que os núcleos servidos por água contaminada são ocupações consolidadas. E lembra que o MP já autorizou a Sabesp a instalar um sistema provisório de abastecimento de água em barracos situados nas áreas invadidas Sítio Novo, Ilha Bela e Morro do Índio, entre a Vila Esperança e o mangue do rio Paranhos, também em Cubatão.



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