Opinião - Desconstruindo a violência em São Paulo

Gilmaci Santos*
30/07/2009 17:06

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A capital paulista, além de ser uma das mais populosas do Brasil, também é conhecida como a região que movimenta economicamente nosso país. Exatamente por essa população e dimensão era de se esperar que fosse também a localidade com maior índice de violência, mas a realidade está longe disso, segundo dados do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a capital paulista é a quarta menos violenta.

Com uma taxa de 1,42 morte para cada mil jovens de 12 anos, São Paulo aparece na 151ª posição dentre os 267 municípios com mais de 100 mil habitantes. O estudo mostra também que o município mais violento do Estado é o Guarujá, em 62º lugar. Para se ter uma idéia dessa posição em relação aos outros Estados, a capital carioca ocupa a 21ª posição entre as mais violentas.

Não que esses números sejam os melhores ou os sonhados pelos nossos governantes, ainda temos muito que melhorar, mas já mudamos o quadro que parecia piorar a cada ano. Quem não recorda dos atos violentos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e a forma com que a cidade ficou conhecida em todo o mundo? O medo rondava milhares de famílias paulistas e se apoderava também dos turistas que se depararam com notícias sobre a violência constante na cidade.

O resultado do estudo nos mostra índices relativamente baixos se comparado a outras cidades, e isso é fruto da queda de homicídios que vem ocorrendo no Estado desde 2001. Sei que cada vida perdida deve ser considerada, e o nosso desejo é que esses números se aproximem do zero, mas acredito que esses resultados demonstram que estamos no caminho certo. Muitas outras ações devem e podem ser tomadas para que jovens e adultos se envolvam com atividades menos violentas.

Boa parte das famílias paulistas ainda se preocupa com a violência diária de nossa metrópole. Em meu gabinete recebo inúmeras visitas e dentre elas, muitos jovens já me perguntaram sobre a violência em nosso Estado. Melhor que pensar na violência e no futuro de São Paulo é propor algo para melhorar ainda mais o resultado dessa pesquisa, e nosso governo já tem desenvolvido políticas de combate à violência. Agora cabe a nós, políticos e cidadãos, nos unirmos para mudanças concretas em nossas cidades e bairros. As famílias são a célula mater de nossa sociedade, e dela devem vir os valores a serem incutidos em nossos jovens e adolescentes. Os jovens precisam ter uma vida mais regrada, não podem viver sem limites, e é na família que eles devem aprender isso. Apenas assim poderemos combater a violência e preparar um futuro para a nossa juventude. A violência não é uma fatalidade, ela foi e é construída por mãos humanas, e somente essa mesma mão poderá desconstruí-la.



*Gilmaci Santos é deputado estadual

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