O tempo sempre foi um fator de preocupação da humanidade. Ele tem uma dimensão de continuidade e outra de surpresas.

Entra tempo, sai tempo... Para alguns parece predominar a monotonia, para outros, um turbilhão de novidades.

Mas prevalece algo de absolutamente certo: não temos o domínio sobre o tempo. O tempo cronológico até pode ser previsto, mas o tempo real, esse escapa totalmente ao nosso controle. Podemos nos dispor melhor ou pior para o porvir, podemos desejá-lo de um modo ou de outro, podemos trabalhar para que ele sirva para o nosso engrandecimento, mas o tempo será sempre uma incógnita, sem que possamos aferrá-lo.

Por isso, o melhor que podemos fazer é nos dispor favoravelmente para acolher os novos tempos, o ano novo.

Sabemos que teremos muitos problemas, muitas coisas serão humanamente inevitáveis, pois a condição humana é precária. Ainda teremos fome e guerras no mundo, não temos certeza se as doenças e o analfabetismo diminuirão.

Não podemos, entretanto, nos deter na precariedade da nossa condição. Temos de procurar ser maiores que nós mesmos. Temos de lutar como se tudo dependesse de nós. De nosso desejo, de nossa ação, de nosso trabalho, de nossa iniciativa, de nosso voto. E como se dependesse de nós, hoje, não amanhã. Porque as urgências de nosso povo são impressionantes, não podem esperar por um futuro que nem mais a esperança - essa espantosa capacidade de resistência do brasileiro! - consegue abrigar.

A imprensa brasileira já consagrou a expressão "ano perdido", "década perdida". Por exemplo, é comum dizer-se que a década de 80, para o Brasil, foi uma década perdida. Há um certo radicalismo nessa afirmação, mas ela nos alerta para o fato de que, efetivamente, conforme nossas ações, podemos inviabilizar a prosperidade para milhões de pessoas e para gerações inteiras.

Por isso, vamos trabalhar para que o novo ano seja um ano produtivo, portador de realizações e felicidade para o nosso povo.

Prezado leitor: Feliz Ano Novo!



*Marquinho Tortorello é advogado, professor, deputado estadual e presidente da Comissão de Esportes e Turismo da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.