Diretos Humanos faz audiência pública em homenagem a sindicalistas assassinados

(com fotos)
13/06/2001 18:12

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A comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Renato Simões (PT), realizou nesta tarde, 13/6, uma audiência pública para tratar do assassinato dos sindicalistas José Luís e Rosa Sunderman, assassinados há sete anos, com tiros na cabeça, no município de São Carlos.

Compareceram ao evento o prefeito do município, Newton Lima Neto (PT), Pedro Luis Zanini, delegado da seccional de São Carlos, Maurício Dotta, delegado responsável pelo inquérito e Américo Gomes, coordenador do Instituto Rosa e José Luiz Sunderman, fundado ano passado.

Quando ocorreu o crime, José Luís era vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Carlos, ativista da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). O sindicalista também participou, em 1983, da fundação do Partido dos Trabalhadores e da CUT. Rosa, sua esposa, ajudou na coordenação política do PT e, posteriormente, do PSTU, fundado em 5/6/1994.

Américo Gomes, amigo e companheiro sindical de Rosa e José Luís, disse que o Instituto Sunderman tem três objetivos: "Formação política e teórica, sob a temática jurídica de Karl Marx; acompanhar os movimentos sociais, como os do Movimento dos Sem-Terra (MST) e movimentos sindicais; e ser mais um instrumento da luta contra a impunidade em nosso país. Gomes fez referências a todos os sindicalistas assassinados e lamentou as várias ameaças de morte que outros tantos têm sofrido. "É necessário revermos esse tipo de ação no país."

Maurício Dotta, responsável pelas investigações do caso, disse que apesar de a única testemunha do crime ter falecido o inquérito do caso continua aberto. "Investigamos à exaustão todas as evidências e pessoas que se relacionavam com os sindicalistas e com suas famílias, mas não conseguimos encontrar os responsáveis por esse hediondo crime."

Pedro Luis Zanini, que também lamentou o insucesso das diligências policiais, lembrou que o inquérito sobre o caso sempre esteve à disposição dos sindicalistas.

Na opinião do prefeito Newton Lima, na época reitor da Universidade de São Carlos, o crime foi político. "Como reitor da universidade, pedi ao secretário de Segurança Pública a intensificação das investigações, mas o crime ainda não foi esclarecido. Hoje, como prefeito, me sinto na obrigação de falar com o atual secretário de Segurança Pública para elucidarmos esse crime."

alesp