Um Estado para a Sociedade Civil: livro de Marco Aurélio Nogueira discute ética e política


09/06/2004 19:50

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DA REDAÇÃO

Marco Aurélio Nogueira, professor da Unesp e coordenador do curso de Pós-graduação de Especialização em Governo e Poder Legislativo, realizado pelo Instituto do Legislativo Paulista, lança na próxima semana o livro Um Estado para a Sociedade Civil: temas éticos e políticos da gestão democrática. O lançamento será realizado no dia 16 de junho, quarta-feira, às 19 horas, na Livraria Cortez, Rua Bartira, 317, no bairro de Perdizes.

Os ensaios reunidos nesse novo livro de Nogueira ocupam-se de temas associados à gestão democrática: o Estado, a sociedade civil, a participação, o universo organizacional, a qualificação dos dirigentes e dos gestores.

Nogueira analisa as mudanças impulsionadas pelos processos da globalização capitalista. "A vida acelerou', diz ele. Seu ritmo é proporcional à velocidade das inovações tecnológicas, à quantidade de informações, de deslocamentos e de contatos, à "obrigação" que todos têm de viver "no mundo", ligados em tudo. É sempre mais difícil estabelecer para onde se deve ou se deseja ir. A decisão - a política e o poder - escapa de nossas mãos. Os governos governam pouco, às vezes nem governam.

Imaginar os efeitos que tudo isso causa na convivência social, na vida política e na governabilidade das sociedades é o exercício a que se propõe Marco Aurélio. "Tudo está condicionado pela multiplicação e fragmentação dos interesses, pela ampliação frenética das demandas, por graves dificuldades de coordenação e direção, pela incerteza e pela insegurança, pelo enfraquecimento das lealdades e o empobrecimento da convivência. A sensação é de que se passou a viver num contexto despedaçado, sem pólos de coordenação eficientes e sem sujeitos coletivos capazes de fundar novas formas de convivência e de comunidade política."

Advertência

Leandro Konder, em sua apresentação de Um Estado para a sociedade civil, destaca a advertência feita por Marco Aurélio contra os riscos de um "Estado sem sociedade civil" e também contra os riscos de uma "sociedade civil sem Estado". "Nas condições em que nos encontramos, arrastados num processo de mundialização que não corresponde às nossas aspirações, temos, entretanto, a chance de aproveitar importantíssimos avanços técnico-científicos, de promover uma desprovincianização. Por tudo isso, mesmo em plena globalização neoliberal, Marco Aurélio Nogueira recusa a sedução de uma perspectiva catastrofista ou apocalíptica e busca delinear um reformismo democrático radical, para que possamos vir a ter acesso a formas de vida mais justas e mais inteligentes", diz Konder.

alesp