Opinião - Prévias tucanas, sim!


10/04/2012 15:57 | Pedro Tobias*

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O ano de 2012 vai entrar para a história do PSDB paulista como aquele em que o partido se voltou para suas bases, convocando seus filiados a escolher, de forma absolutamente democrática, o nome que nos representará na campanha para a prefeitura da cidade de São Paulo.

Dada a magnitude deste pleito " afinal São Paulo representa o terceiro maior orçamento do país, atrás apenas da União e do próprio Estado, e concentra o maior número de eleitores, isoladamente ", é normal que adversários e alguns desinformados de plantão tentem desmerecer o processo com os argumentos mais rasos e diversos.

A verdade, no entanto, é que as prévias na capital mobilizaram a militância partidária, trouxeram para o centro da discussão temas da cidade, proporcionaram o envolvimento de todos na escolha do candidato e criaram um fato político novo, tanto interna quanto externamente. Cerca de 30% dos filiados aptos a votar compareceram espontaneamente às urnas e deram a José Serra uma vitória indiscutível, com 52,10% dos votos.

Uma indubitável vitória, já que para qualquer dos candidatos bastaria pouco mais de 33% dos votos para ser declarado vencedor. No entanto, há aqueles que bradam ter sido esta uma derrota imposta ao ex-governador e pregam que vitória verdadeira exigiria de Serra a performance de um Fidel Castro, nos melhores moldes das ditaduras às quais o PT gosta de se aliar.

Aqueles cujo candidato está como âncora fincada nas intenções de voto tentam vender a ideia de que a diferença entre Serra e os demais pré-candidatos " o secretário de Energia José Aníbal e o deputado fefderal Ricardo Trípoli " foi apertada e, portanto, menos fortalecedora.



Decisão explicada devido ao pânico que sentem por enfrentar um homem público da magnitude de Serra e para o qual perderam todas as eleições que disputaram em São Paulo.

É preciso reconhecer, primeiramente, que José Aníbal e Ricardo Trípoli são homens públicos que honram este partido e os milhares de votos que receberam em suas vidas públicas. São pessoas com histórico de serviços prestados a São Paulo e ao Brasil e, portanto, nada mais natural que também mobilizem a simpatia de filiados em seu próprio partido. Não admitir esse pensamento é ignorar a força das lideranças do PSDB.

E é normal que lideranças partidárias dividam a simpatia de aliados, a exemplo do que ocorreu nas últimas prévias realizadas pelo PT em São Paulo. Quando o hoje ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disputou a indicação com a senadora Marta Suplicy ao governo de São Paulo, teve exatos 52,8% do total de votos. Então, pela lógica aplicada ao PSDB, metade do PT não queria Mercadante para nada. Afirmativa esta que é, claramente, inverídica.

Além disso, 34,26% dos militantes aptos a votar no PT compareceram às urnas naquele pleito, número não muito distante do contabilizado pelo PSDB. Com a diferença apenas de que as prévias petistas já ocorriam há anos.

Em 2008, o hoje presidente Barack Obama disputou a indicação do Partido Democrata dos Estados Unidos com a senadora Hillary Clinton. Venceu com 53% do total de votos, uma diferença de apenas 238 indicações, e, posteriormente, foi eleito o presidente mais votado da história mundial, com 69,4 milhões de votos.

O PSDB é hoje a maior força política em São Paulo. Governa o Estado há 17 anos, tendo vencido as duas últimas eleições em primeiro turno. É do PSDB/SP ainda o senador mais votado da história do país e o maior número de votos para presidente da República no Estado.



É este partido, que governa ainda quase um terço das prefeituras de São Paulo, que resolveu, por maioria dos votos de sua Executiva, escolher seu representante na disputa para prefeito da capital em 2012 por meio de prévias. Temos absoluta convicção de que este foi o melhor caminho a seguir, pois atende ao requisito básico que motiva nosso partido: a democracia.



*Pedro Tobias é deputado e presidente do PSDB estadual.

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