*Deixando bem claro, antes de tudo, sou um defensor da natureza e também apoiador das iniciativas inteligentes para preservação ambiental, sou também um árduo defensor do ser humano, afinal o homem precede a natureza, pois acredito que natureza existe para o homem e não que o homem existe para a natureza. Digo isto porque temos vivido uma polêmica terrível nos últimos dias, com a proibição das sacolas plásticas em supermercados paulistas. Se o assunto trouxesse apenas polêmica, tudo bem, mas ele traz transtornos reais para os fregueses destes estabelecimentos.

Talvez alguns leitores se espantem com o termo "freguês", ao invés de "cliente". Acontece que o freguês é aquele cliente habitual de certos estabelecimentos, que costuma fazer suas compras sempre no mesmo local. Com a proibição de oferecer sacolas plásticas e não oferecendo nenhuma alternativa para as pessoas transportarem suas compras, os supermercados estão menosprezando seu fregueses.

Recentemente acompanhei minha esposa ao supermercado para fazer nossa despesa mensal, e como levamos sacolas insuficientes para as compras, sofremos um bocado para transportar os mantimentos até o nosso carro. Só para ilustrar, imagine a gente transportando algumas peças de carne fresca pelo corredores do estacionamento do estabelecimento. Deixamos um rastro horrível de uma mistura de água e sangue.

Quanto custa a produção e a veiculação de propagandas em rádios, jornais, revistas, sites, televisão, outdoors etc? Essa propaganda é para divulgar o estabelecimento, criar uma empatia com o consumidor, atraindo-o como cliente.

É fato que a imagem dos supermercados fica manchada quando o consumindor se vê sem alternativa, olhando de um lado para o outro no caixa do supermercado quando vai embalar sua compras.

Minha sugestão? Sacos de papel. Simples assim: Ofereçam sacos de papel como era oferecido pelos comerciantes antigamente. Sacos de papel de vários tamanhos, com o logotipo e nome do supermercado. Inclusive, outro fornecedor poderá fazer parceria e divulgar seus produtos no verso da embalagem, ou até mesmo vários parceiros, como é feito nas camisas dos times de futebol.

Distribuindo sacos de papel demonstrarão ao público consumidor que a preocupação dos supermercados é de fato com o meio ambiente, e não o desejo de economizar milhões de reais, deixando a cargo do consumidor encontrar solução para o problema de embalar suas mercadorias.

Faço aqui um desafio: qual supermercado será o primeiro a oferecer essa alternativa a seus clientes? Garanto que eles se tornarão fregueses.

E, finalmente, revelo que tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei de minha autoria obrigando os supermercados a oferecerem sacos de papel para seus clientes, ou se preferirem, seus fregueses.

*José Bittendourt é deputado estadual (PSD)

"Distribuindo sacos de papel demonstrarão ao público consumidor que a preocupação dos supermercados é de fato com o meio ambiente"