Opinião ADOÇÃO: ADOTE ESTA CAUSA


01/06/2012 17:11 | Orlando Morando

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*Maio é tradicionalmente conhecido por ser o mês das mães, das noivas, mas neste mês também é comemorada uma data muito importante e pouco difundida em nosso país. O dia 25 de maio foi escolhido por associações e grupos de todo o país para ser oficializado como o Dia da Adoção no Brasil. Instituída em 2002, essa data ainda pode ser vista como um momento de discussões e reflexão.

A decisão de adotar uma criança ou adolescente envolve várias questões que precisam ser consideradas antes de levar o processo legal adiante. Muitas vezes, dúvidas sobre o procedimento ou mesmo sua complexidade podem afastar um futuro pai ou mãe do seu novo filho.

Os motivos para que estes bebês, crianças e até adolescentes não se encaixem em famílias estruturadas, que possam promover o direito à saúde, educação, além de carinho e afeto, são muitos, entre eles a lentidão no processo brasileiro de adoção.

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, cerca de 27.300 pessoas estão dispostas a adotar e o número de crianças e adolescentes disponíveis para adoção se mantém menor dos que os interessados, aproximadamente 4.985 no país. Por isso é necessário acelerar o processo de adoção.

Enquanto neste momento se discute, no Brasil, a Comissão da Verdade, que na prática não sabemos realmente qual será a sua utilidade, considerando que as famílias que tiveram parentes torturados na época da ditadura já estão sendo indenizadas. Não vemos uma força tarefa, um grande esforço por parte do governo em buscar um lar e uma família digna a tantas crianças que se encontram abandonadas em todo o país.

É necessário sensibilizar as pessoas e chamar a atenção da sociedade, pois todas às vezes que lembramos à população que há crianças para serem adotadas, aumenta o número de adoção. É importante criar ações que promovam a adoção e lutar por políticas públicas que fortaleçam a família nas comunidades, despertando-as para essa situação.

As pessoas interessadas, entretanto, em requerer a adoção, devem fazer uma análise profunda, para que conheçam seguramente a real motivação que as leva a esse compromisso, conscientizando-se da responsabilidade e complexidade desse grandioso ato. A criança deve entrar em um lar sem o compromisso de resolver os problemas dos adultos, não se deve por em suas costas tamanha responsabilidade, afinal ela é um ser frágil, em desenvolvimento, que precisa de proteção e afeto.

*Orlando Morando é deputado estadual (PSDB).

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