Opinião - Dom Joviano, o bom pastor


26/06/2012 09:26 | Welson Gasparini*

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A morte de dom Joviano de Lima Jr., o sétimo arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto, na tarde do último dia 21 de junho, foi recebida com muito pesar, pela qualidade e pela abrangência de seu trabalho pastoral. Conforme afirmei, atendendo à imprensa da minha cidade, "sua morte representou uma grande perda não apenas para os católicos, como para a comunidade em geral, porque era dotado de grandes ideais e dedicou sua vida a concretizá-los".

Era, efetivamente, um homem santo; humilde, discreto e generoso para com os menos favorecidos. Enfrentou, com galhardia, durante mais de três anos, o sofrimento de um câncer no intestino, oferecendo - conforme ressaltou o padre Gilberto Kasper, da Igreja Santo Antoninho dos Pobres - sua grave enfermidade pela santificação de todos os padres, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas do povo santo e dedicado de Deus".

Dom Joviano, acolhendo pedido de renúncia apresentado por dom Arnaldo Ribeiro (também já falecido) , foi nomeado pelo papa Bento 16 no dia 5 de abril de 2006, como sétimo arcebispo de Ribeirão Preto, tomando posse no dia 3 de junho de 2006, em celebração no Colégio Marista.

Teve uma atuação dinâmica: ordenou 16 presbíteros diocesanos e um religioso; criou três paróquias e duas quase-paróquias; lançou o projeto Ser Igreja em Missão (SIM), em 2007, nas comemorações do centenário da criação da Diocese de Ribeirão Preto. A 13ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, ocorrida em 2009, e o Plano de Ação Pastoral (2011-2015) marcaram , entre outros trabalhos pastorais, sua preocupação com a humanização da pastoral.

Já no seu primeiro encontro com o clero da arquidiocese, em 5 de junho de 2006, apontou vários desafios ao seu ministério: a pastoral urbana com o fenômeno da secularização; a pastoral universitária; a pastoral carcerária; a pastoral da saúde; o acompanhamento aos migrantes; a formação de agentes de pastoral; a articulação das pastorais sociais; o utilizar de recursos modernos da técnica e da comunicação na evangelização e na animação missionária permanente. Em janeiro de 2009, anunciou a 13ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, realizada no dia 7 de setembro daquele mesmo ano no Seminário Arquidiocesano de Brodowski. Três prioridades surgiram da mesma: a formação de líderes, a pastoral familiar e a juventude.

Natural de Uberaba, onde nasceu no dia 23 de abril de 1942, teve uma trajetória eclesiástica brilhante, realizando estudos universitários em filosofia, pedagogia, ciências sociais, e especialização em liturgia, no Pontificium Athenaeum Anselmianum, em Roma; dedicou-se ao magistério e à pastoral nos campos da animação vocacional, litúrgica, familiar e ecumênica no Brasil (especialmente na Diocese de Santo André e arquidioceses de São Paulo e Uberaba) e no exterior (Dublin, na Irlanda, em Cleveland e Nova York, nos Estados Unidos); em 25 de outubro de 1995 foi eleito bispo de São Carlos e tomou posse em 21 de janeiro de 1996; foi membro do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidente do Conselho Episcopal Pastoral para a Liturgia, membro do Conselho Econômico da CNBB e membro efetivo da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos,vice-presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), membro da Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia da CNBB, membro do Conselho Permanente da CNBB e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia da CNBB.

Dom Joviano era, acima de tudo, um bom pastor, amando e dedicando-se ao seu rebanho.



*Welson Gasparini é deputado estadual, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

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