" />" /> Opinião - O exemplo de Londres para o Rio

Opinião - O exemplo de Londres para o Rio

"O velódromo do Rio foi construído há cinco anos e custou R$ 14 milhões, as não atende aos padrões exigidos para as Olimpíadas"
25/07/2012 16:02 | Orlando Morando*

Compartilhar:


Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres, que têm tudo para ser os melhores da história em termos de organização e tecnologia, perguntamo-nos em quê Londres pode servir de exemplo para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

Eles vêm cumprindo seu cronograma de maneira invejável, especialmente se comparados aos percalços ocorridos na preparação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Em Londres não houve o risco de que algo não ficasse pronto ou não tivesse sido testado antes. Já no Brasil, com falta de planejamento e tudo deixado para a última hora, a expectativa é de que as instalações fiquem prontas às vésperas dos jogos. Assim, não será possível realizarem-se os eventos-teste, grande chance de detectar e corrigir eventuais problemas que naturalmente ocorrem quando se organizam eventos de tamanha complexidade.

Há tantas obras a serem concluídas que o país não poderá caprichar, como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos, em 2007. Um dos principais legados para os Jogos Olímpicos do Rio terá de ser demolido ou totalmente reformado.

O velódromo foi construído há cinco anos e custou R$ 14 milhões, sendo R$ 13 milhões pagos pelo Ministério do Esporte e R$ 1 milhão pela prefeitura do Rio. Mas não atende aos padrões exigidos para as Olimpíadas. De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos, o principal problema para a utilização do velódromo, em 2016, é o de que o local possui duas pilastras centrais, que seguram a estrutura e impediriam a homologação de recordes, pois os juízes não teriam total visão da pista. Outra questão é sua capacidade de público, atualmente de 1.500 lugares, sendo que, para as Olimpíadas, precisaria ser de, no mínimo, 5.000. Há ainda problemas relacionados ao número de boxes e vestiários disponíveis aos atletas, além da inclinação e curvatura da pista, não adequadas à disputa olímpica.

O legado das Olimpíadas de Londres para o Rio de 2016 deve ser justamente a organização e o cumprimento de seu cronograma, pois logo após o encerramento da edição de 2012, o Rio passará a ser observado de perto pela imprensa internacional, e terá sua capacidade de organização posta à prova, principalmente pelo cronograma de finalização das obras e os benefícios que a competição pode trazer à população do país.



*Orlando Morando é deputado estadual, empresário e atual vice-presidente da APAS, Associação Paulista de Supermercados

alesp